Publicado ontem
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Os viticultores do Douro protestaram, esta quarta-feira, na Régua,
junto ao Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, com uma largada de
balões negros e despejo de vinho, contra as novas medidas do Governo
de aumento do preço do vinho.
A presidente da Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro
(AVIDouro), Berta Santos, afirmou à agência Lusa que hoje foi um dia
de "luta, reivindicação e protesto" contras as novas medidas do
Governo na agricultura, nomeadamente a obrigatoriedade de abrir
atividade nas Finanças e passar fatura por "qualquer" transação.
"Queremos a suspensão ou anulação destas novas regras, porque senão
irão desaparecer milhares de produtores", declarou.
Além das obrigações fiscais, a associação reivindicou o aumento do
preço dos vinhos pagos aos viticultores para os 1.100 euros por pipa
de vinho do Porto e 300 euros para a pipa de vinho de mesa.
No ano passado, de acordo com a mesma responsável, verificou-se um
decréscimo entre os 35 e os 50 euros por pipa de vinho generoso.
Berta Santos classificou ainda de "insuficiente" o aumento do
benefício para as 100.000 pipas.
O conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto
(IVDP) fixou em 100.000 o número de pipas (550 litros cada) a
beneficiar nesta vindima (quantidade de mosto que cada viticultor pode
destinar à produção de vinho do Porto).
Este valor representa mais 3.500 pipas do que em 2012, mas a proposta
da AVIDouro eram as 120.000 pipas de benefício para este ano,
explicou.
Segundo a dirigente associativa, os pequenos e médios viticultores do
Douro nem vão sentir este aumento de produção de vinho do Porto,
porque o benefício a atribuir a cada um se vai "diluir no aumento de
área de vinha" que se tem verificado na região.
Os pequenos e médios produtores, disse, estão numa situação "muito,
muito complicada", explicando que nos últimos dez anos os produtores
durienses perderam 60% dos seus rendimentos.
"O dinheiro que recebem não dá, sequer, para pagar os custos de
produção", afirmou.
Segundo Berta Santos, se o Governo não tomar medidas, daqui a uns
"quatro a cinco anos haverá imensas vinhas abandonadas".
Para ajudar no tratamento das vinhas, nomeadamente no combate às
pragas, a associação pede ainda apoio técnico e financeiro por parte
do Governo.
Pedro Passos Coelho e o Presidente da República são, na opinião da
dirigente da AVIDouro, os "grandes coveiros" da Região Demarcada do
Douro.
A AVIDouro vai continuar a lutar e promete, antes da realização das
vindimas deste ano, novas manifestações e ações de protesto.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=3352513&page=-1
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