"Vale mais gastar na prevenção do que gastar nos combates", frisou o
comunista para evitar que "os combates sejam travados nestas condições
tão difíceis"
O secretário-geral do PCP defendeu hoje ser necessário melhorar a
prevenção aos incêndios, anunciando que pretende apresentar no
Parlamento uma proposta para investigar as razões que têm levado a
"tantos" acidentes mortais durante os combates às chamas.
À margem de uma marcha pelo emprego, promovida pela candidatura da CDU
à Câmara de Gaia, Jerónimo de Sousa disse estar a acompanhar "com
profunda preocupação" os incêndios que têm deflagrado por todo o país
nas últimas semanas, mas destacou que em Portugal se mantém "uma
política que sobrevaloriza o combate aos incêndios e menos a
prevenção".
"Consideramos que a prevenção é o elemento fundamental e que o governo
deveria ter aprendido esta máxima de sabedoria popular, mais vale
prevenir que remediar", assinalou o comunista.
O líder do PCP lembrou que apesar da lei do reordenamento florestal
ter sido aprovada, falta saber "quem fiscaliza, quem atua, quem
procura concretizar a legislação", pelo que são necessárias "medidas
concretas que levem a essa prevenção".
"Vale mais gastar na prevenção do que gastar nos combates", frisou o
comunista para evitar que "os combates sejam travados nestas condições
tão difíceis".
Perante um mês que apelidou de "agosto negro", com "tanta morte e
ferimentos", Jerónimo de Sousa anunciou que o partido pretende
apresentar na Assembleia da República uma proposta de investigação,
"com efeitos pedagógicos e não criminais", para averiguar "as razões
que levaram aos acidentes com as viaturas" bem como as razões dos
acidentes mortais e se "os bombeiros foram com o equipamento total"
necessário.
O secretário-geral do partido defendeu também que o seguro de vida dos
bombeiros deveria ser "duplicado", para dar "mais confiança a esse
trabalho humanitário valoroso dos bombeiros", e que o governo deveria
"atender" a essa "necessidade".
Também à margem da ação de pré-campanha da CDU em Gaia, Jerónimo de
Sousa foi questionado sobre a alegada saída de Carvalho da Silva do
PCP (hoje noticiada pelo jornal I) ao que respondeu que "qualquer
pedido de esclarecimento deve ser dirigido à pessoa envolvida, ou
seja, a Carvalho da Silva".
"Não temos nada a acrescentar. Respeitando a pessoa, a pergunta deve
ser pessoal", afirmou.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico
http://www.ionline.pt/artigos/portugal/jeronimo-sousa-quer-investigacao-acidentes-mortais-no-combate-aos-incendios
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