segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Alterações climáticas vão provocar extinção de 60% a 80% de espécies no sul da Europa

Publicado hoje às 08:41

As alterações climáticas previstas para este século vão provocar a
extinção de espécies e aumentar a desnutrição entre os povos do
mediterrâneo, onde se encontra Portugal, revela a Quercus citando o
relatório da ONU.

«A população que sofre de subnutrição na zona do Mediterrâneo poderá
aumentar entre 25% a 90%, mesmo com um aumento da temperatura global
abaixo dos 2º C», afirma a Quercus, referindo-se ao relatório do
Painel Intergovernamental de Cientistas para as Alterações Climáticas
(IPCC), que hoje apresenta os impactos esperados para as diferentes
regiões do mundo.

Na passada sexta-feira, o IPCC divulgou as principais conclusões
gerais que apontam para que possa haver um aumento da temperatura do
planeta até aos 4,8ºC e uma subida do nível da água do mar até aos 82
centímetros, durante este século.

Portugal pertence ao grupo de países do sul da Europa e mediterrâneo,
onde são esperadas situações extremamente preocupantes, segundo
informações avançadas pela Quercus que fala na «extinção de 60% a 80%
das espécies no Sul da Europa e Mediterrâneo», com um aumento da
temperatura global abaixo dos 2º C.

«O risco dos efeitos catastróficos de desnutrição, conflitos
alimentares, incêndios florestais, inundações e extinção de espécies é
demasiado elevado para não se tomar uma ação», defende a associação
ambientalista em comunicado.

As culturas agrícolas devem diminuir entre 15 e 20% em toda a região
mediterrânea, com um aumento esperado de conflitos relacionados com a
segurança alimentar.

Também os fenómenos climáticos extremos devem diminuir a segurança
alimentar: o aumento do calor terá um impacto negativo na saúde animal
e na produção alimentar, com uma eventual diminuição das áreas de
pastagem; e a subida do nível do mar vai diminuir a disponibilidade de
água potável e aumentar os níveis de salinização em toda a costa
Mediterrânea.

«O PIB irá diminuir 5 a 10% com os custos relacionados com a adaptação
às alterações climáticas e 14% sem adaptação, devido à subida do nível
do mar», revelam os ambientalistas.

Também a produção de energia renovável pelas barragens será afetada
pelas alterações nos caudais dos rios.

De acordo com a Quercus, o estudo revela que no caso concreto de
Portugal haverá menos chuvas, mas mais episódios de inundações. O
relatório do IPCC admite mesmo que os caudais anuais de água sofram
uma redução até 40% no sul da Europa e mediterrâneo.

Com a diminuição da precipitação nas estações quentes, são esperados
mais episódios de seca e escassez de água o que irá provocar mais
incêndios florestais.

Neste relatório, a Europa é abordada por regiões, sendo que o sul da
Europa e Mediterrâneo inclui Portugal, Espanha, Itália, Grécia,
Eslovénia, Croácia, Hungria, Roménia, Bulgária e partes de França.

Perante este cenário, a Quercus defende que Portugal e a União
Europeia (UE) deverão ter uma «posição forte» na próxima Conferência
das Nações Unidas sobre clima em Varsóvia, fazendo aprovar medidas
como uma redução de 40% de gases de efeito de estufa até 2020.

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=3449808&utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook&page=-1

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