sábado, 5 de outubro de 2013

Nas vindimas do Douro para ganhar um dinheiro extra

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5 de Outubro, 2013
Desempregados, trabalhadores agrícolas e até domésticas cortam uvas
para ganhar mais algum dinheiro nas vindimas do Douro, que estão agora
a ser aceleradas por causa da chuva que caiu nos últimos dias.

As vindimas são o ponto alto da Região Demarcada do Douro. Culminam um
ano de trabalho na vinha e são uma importante atracção turística deste
território, que, por estes dias, se enche de gente a passear e a
trabalhar.

Ana Martins, 32 anos, está desempregada há um ano e, por isso, veio ao
Douro à vindima para ganhar mais algum dinheiro. Ainda não sabe quanto
vai ganhar, mas sempre vai ajudar a pagar as contas.

Na Quinta da Tapada, em Celeirós, Sabrosa, juntam-se outros
vindimadores, entre trabalhadores agrícolas e até domésticas.

Maria Rosa, de 63 anos e residente em Baião, há 15 anos que trabalha
para o mesmo empreiteiro agrícola mas só na altura das vindimas.

Durante o resto do ano concilia o serviço doméstico com o trabalho nos
seus terrenos agrícolas.

Rui Ferreira, do Peso da Régua, trabalha o ano inteiro para o mesmo
empreiteiro agrícola. "De Janeiro a Janeiro. Há sempre trabalho a
fazer na vinha", salientou.

Apesar disso, a vindima é dos seus serviços preferidos. "Isto é tudo,
é brincadeira e trabalho, é tudo um pouco", frisou.

Além do mais, acrescentou, "sempre se ganha mais um pouco". "Tudo o
que seja dinheiro é bem-vindo", frisou.

Vera Martins corta as uvas ao som da música que sai de um rádio que
traz consigo. "Ajuda o tempo a passar mais depressa", referiu.

Esta vindimadora afirma que gosta muito de trabalhar ao ar livre, no
entanto, confessa que às vezes é difícil. "Nos últimos dias
trabalhámos à chuva, mas também agora está muito calor", referiu.

E é, precisamente por causa da chuva que caiu esta semana, que alguns
produtores do Douro estão a acelerar agora o corte das uvas.

"As uvas já estão maduras e com este teor de humidade que existe no
ar, mais as altas temperaturas, corremos o risco de se desenvolver a
podridão das uvas", afirmou o enólogo Paulo Ruão.

Por isso mesmo, o responsável salientou que "é mesmo necessário tirar
agora as uvas rapidamente".

Para este ano, o enólogo perspectiva uma boa produção, quer em
quantidade quer em qualidade.

"Está-se a apanhar a fruta sã. Sem problemas de doenças o que é meio
caminho andado para se ter um bom vinho", salientou.

Em 2013, o corte das uvas na mais antiga região demarcada do mundo
iniciou-se um pouco mais tarde comparativamente com o ano passado,
devido às baixas temperaturas que se sentiram em Abril e Maio e
atrasaram o ciclo vegetativo da videira e ainda ao calor intenso no
verão que atrasou também a maturação.

De acordo com as previsões da Associação de Desenvolvimento da
Viticultura Duriense (ADVID), a produção de vinho no Douro deverá
rondar entre as 233 mil e as 253 mil pipas, valores superiores à
produção declarada no ano passado, de 218 mil pipas.

Nesta vindima aumenta também para 100.000 o número de pipas (550
litros cada) a beneficiar (quantidade de mosto que cada viticultor
pode destinar à produção de vinho do Porto). Em 2012, foram produzidas
96.500 pipas de vinho do Porto.

Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=87217

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