Publicado em 2013-09-30
Os caçadores podem avançar no próximo ano com "manifestações de força"
contra o Governo, nomeadamente ao não pagar as taxas anuais, por
sentirem que o setor está esquecido, segundo o presidente da Federação
Portuguesa da Caça.
"Estamos a pensar no fim da época venatória, fins de fevereiro, e
talvez para maio, no encontro nacional durante a Expo Caça em
Santarém, fazer uma grande manifestação de força. A primeira que vamos
fazer é não pagar as taxas", informou Jacinto Amaro, citado pela
agência Lusa.
Em véspera da abertura do período de caça à perdiz, o responsável
acusou o executivo de apenas "arrecadar" verbas sem fazer nada para
"minimizar o efeito das doenças e pelo setor, que produz cerca de 10
milhões de euros", entre as taxas das concessões das zonas de caça e
as licenças anuais dos caçadores.
"Vamos recusar-nos liminarmente a pagar a quem não faz rigorosamente
nada pela caça", avançou o responsável, que contabiliza a perda de 10
mil caçadores por ano.
Para o início do ano, a federação pode ponderar "novas estratégias e
que podem levar ao abandono das zonas de caça e agarrar nas milhares
de tabuletas e paus colocar à porta do ministério", afirmou Jacinto
Amaro, referindo a existência no país de 100 mil caçadores.
"A triste conclusão que os caçadores estão a chegar é que pagam a um
organismo (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) que
está utilizar o seu dinheiro para matar o próprio setor da caça",
concluiu.
A 1 de setembro iniciou-se a caça ao coelho, que está a ser marcada
pela existência de um vírus modificado que tem atingido os animais
jovens.
"Baixou as populações drasticamente", resumiu o responsável,
acrescentando que a maioria dos caçadores não está a caçar coelhos e
que, nos outros casos, "caça-se poucos dias e poucos indivíduos por
caçador".
"O gestor consciente não deve abusar da pequena população de coelhos
que existe e deve limitar a caça para não pôr em causa os anos
diferentes", disse à Lusa.
A caça às lebres também já se iniciou, mas, por os animais viverem no
habitat das perdizes, a sua apanha intensifica-se no próximo fim de
semana, afirmou Jacinto Amaro.
Oficialmente a época da caça às perdizes inicia-se na terça-feira.
"O ano promete para as perdizes e para as lebres, pensa-se que as
populações estarão estáveis", indicou.
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=3450713&page=-1
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