domingo, 29 de setembro de 2013

Aquecimento global vai afetar produção agrícola de estuários e rias portugueses

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28 de Setembro, 2013
O aquecimento global e a subida do nível do mar terão efeitos
devastadores nos estuários e rias portugueses provocando a redução da
produção agrícola, alertaram hoje especialistas do Instituto Português
do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A temperatura do planeta poderá aumentar até 4,8ºC este século e o
nível do mar poderá subir até 82 centímetros, com danos relevantes na
maior parte das regiões costeiras do globo, segundo o quinto relatório
de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas,
divulgado sexta-feira.



"As zonas do sul da Europa vão ter menos precipitação", alertou Nuno
Lourenço, do IPMA, explicando que a redução das chuvas, que serão mais
concentradas no tempo e associadas a cheias, vão aumentar os fogos
florestais e reduzir a produção agrícola.



O relatório, divulgado em Estocolmo, indica que o nível médio global
do mar continuará a aumentar, variando entre um mínimo de 26
centímetros e um máximo de 82.



"Algumas pessoas podem achar que um aumento do nível do mar de 40
centímetros é pouco, mas os efeitos dessa mudança serão muito
grandes", alertou Nuno Lourenço, explicando que "a subida do nível das
águas do mar será uma intrusão nas salinas"'.



Nas aluviões, por exemplo, a produção de cereais poderá ficar
comprometida, contou.



Os estuários são um dos sistemas costeiros mais sensíveis às
alterações climatéricas que vão afetar os tempos de residência e a
qualidade da água, assim como a flora e habitats que se encontram na
orla estuarina.



"O aquecimento global está aqui e está agora. O que temos hoje veio
para ficar. O que não é seguro é a escala desse aumento", alertou Nuno
Lourenço, defendendo que "a janela de oportunidades para as respostas
pertence a esta geração e vai-se fechar".



O especialista lembrou ainda que o oceano absolve parte do CO2 que
existe na atmosfera, mas "parece que já não está a ter capacidade de
absorção".



Pedro Viterbo é diretor de um departamento do IPMA e foi um dos
investigadores portugueses que participou na elaboração do relatório
divulgado sexta-feira e hoje apresentou as principais linhas do
relatório que alerta ainda para a forte probabilidade de a camada de
gelo do Ártico continuar a diminuir e que o volume glacial continuar a
decrescer.





Lusa/SOL

http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=86622

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