quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Falta de matéria-prima deixa indústria do tomate aquém da capacidade

A falta de matéria-prima para a indústria da transformação de tomate
está a condicionar as fábricas, penalizando o rendimento dos
agricultores e dos industriais, lamentou o secretário-geral da
associação do sector, Miguel Cambezes.

A "culpa" foi da chuva tardia deste ano, que impediu as plantações na
sua época habitual (final de Março).

"Começámos com um atraso de três semanas e as temperaturas, que não
foram as habituais, não ajudaram na maturação do fruto", explicou o
responsável da Associação dos Industriais de Tomate (AIT),
caracterizando a campanha deste ano como "atípica e difícil".

As fábricas ressentiram-se e estão a trabalhar abaixo da sua
capacidade máxima de laboração, que seria, em condições normais, de
sete dias por semana, 24 horas por dia.

Segundo Miguel Cambezes, Portugal devia estar a transformar, nesta
época, entre 170 a 180 mil toneladas de tomate, mas não vai além das
115 a 120 mil toneladas por semana.

"Estamos claramente abaixo das nossas capacidades", reforçou,
estimando que o rendimento dos agricultores esteja 10% abaixo do que
era expectável.

A quebra vai também reflectir-se na indústria, embora o impacto
dependa da duração da campanha.

"Nós desejamos que [a campanha] se prolongue até 10 de Outubro, caso o
tempo e a maturação do fruto o permitam", sublinhou o secretário-geral
da AIT, admitindo que as fábricas fiquem nesta campanha entre 10 a 15%
aquém do seu plano de trabalho.

Miguel Cambezes acredita, no entanto, que esta redução não irá causar
"uma mossa significativa" na imagem de credibilidade externa da
indústria nacional de tomate transformado, que exporta 95% da sua
produção.

"Claro que ficar abaixo do que se contratou não é agradável, mas (...)
as condições climatéricas são comuns em toda a Europa, com excepção da
Grécia e os nossos compradores estão cientes desta realidade",
justificou.

Portugal é o segundo maior exportador de tomate transformado, a seguir
a Itália, processando anualmente 1.290.000 toneladas que representam
um volume de negócios de 265 milhões de euros.

A Europa é o principal destino da produção nacional, seguindo-se o
Japão, que representa 10% do total exportado.

Fonte: Lusa

http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2013/09/30c.htm

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