quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ONU: Novas práticas podem diminuir 30% das emissões do gado

26-09-2013 às 15:36 actualizada às 17:47

As emissões de gases com efeito de estufa produzidas pelo gado, em
particular as flatulências das vacas, podem diminuir 30% graças a um
uso mais extenso de melhores práticas e das tecnologias existentes,
segundo um relatório publicado esta quinta-feira (26).

Cerca de 45% destes gases procedem da produção e do processamento de
alimentos, 39% da digestão das vacas e 10% da decomposição do esterco,
lembra a FAO, a Organização para a Alimentação e a Agricultura das
Nações Unidas, que tem a sua sede em Roma, Itália. O resto deve-se ao
processamento e ao transporte de produtos de origem animal.

O relatório, intitulado «Enfrentar as mudanças climática através do
gado: uma avaliação global das emissões e das oportunidades de
mitigação», é o estudo mais exaustivo já realizado até à data, segundo
a agência especializada.

No total, as emissões de gases com efeito de estufa associadas às
cadeias de produção do gado chegam a 7,1 gigatoneladas (Gt) de dióxido
de carbono equivalente (CO2eq) por ano, o que significa 14,5% de todas
as emissões destes gases de origem humana, afirma a organização.

A adopção de melhores práticas e tecnologias existentes para a
alimentação, saúde, criação de gado e gestão de esterco, ou o uso de
geradores de biogás e dispositivos de economia de energia, permitiriam
reduzir a emissão de gases em 30%, calcula a FAO.

No caso dos bovinos, bastaria utilizar um pasto mais fácil de digerir.
A genética também poderia ajudar a melhorar espécies para que emitam
menos gás.

«Estas novas descobertas demonstram que há um grande potencial para
melhorar o comportamento ambiental do sector, e fazem-nos perceber que
este potencial está realmente ao nosso alcance», afirmou Ren Wang,
vice-director geral da FAO, responsável pelo Departamento de
Agricultura e Protecção do Consumidor.

Com a procura crescente de produtos da indústria agro-alimentar, em
particular nos países emergentes, «é imperativo que o sector comece
agora a trabalhar para alcançar estas reduções, para ajudar a
compensar o aumento das emissões globais que o crescimento futuro da
produção de gado implicará».

No entanto, nos países desenvolvidos, onde a intensidade de emissões é
relativamente baixa, mas o volume global da produção, e, portanto, das
emissões, é alto, mesmo uma pequena diminuição na intensidade pode
significar ganhos significativos. Este é o caso, por exemplo, da
produção leiteira na Europa e na América do Norte, e da suinicultura
na Ásia Oriental.

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=658356

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