segunda-feira, 24 de março de 2014

Lagar de Azeite de Sousa Cintra abandonado

AGRO-ALIMENTAR

24 Março 2014, 10:43 por Jornal de Negócios Online | negocios@negocios.pt

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O projecto do lagar da cooperativa Cartoil, em Ferreira do Alentejo, foi apresentado em 2011 como o segundo maior lagar do Mundo, representando um investimento de 16 milhões de euros. O ex-presidente do Sporting, Sousa Cintra, esteve na liderança da empresa até 28 de Fevereiro deste ano, mas um desentendimento entre sócios está a colocar o negócio em risco.
Segundo o CM avança hoje, há um ano que o lagar da cooperativa Cartoil não labora e tem inclusive um processo a decorrer em tribunal por parte dos trabalhadores que dizem ter os salários em atraso. O estado de abandono do empreendimento deve-se a uma desavença entre Sousa Cintra e um dos sócios do empreendimento, o empresário Carlos Olavo.
 
Cintra nega o abandono do projecto, e avança que apesar de ter ocupado o lugar de presidente durante mais de dois anos, nunca teve funções executivas. Essa, alega, era a função de Carlos Olavo. Aliás, o ex-dirigente desportivo acrescenta que tem um processo em tribunal para anular o negócio que fez em 2011. “Fui enganado e não meto lá mais dinheiro”, explica Sousa Cintra. Segundo o CM, Cintra reclama mais de 4,5 milhões de euros.
 
Já Carlos Olavo confirma que o lagar está sem actividade, e coloca as culpas no sócio. Segundo este empresário, Sousa Cintra, quatro meses depois de ter assinado os documentos para entrar na empresa, quis
Fui enganado e não meto lá mais dinheiro.
 
Sousa Cintra, empresário
desistir e pediu que lhe entregassem três milhões de euros.
 
“Disse-lhe que não tinha o dinheiro no imediato e a partir daí recusou assinar cheques para pagar aos fornecedores”, identifica Olavo. A Cartoil recebeu 2,7 milhões de euros do Proder, Programa de Desenvolvimento Regional financiado com fundos europeus, que arrisca agora ter de devolver.
 
Segundo o CM relata há, no entanto, um grupo de investidores ingleses que querem comprar este lagar, tendo feito já uma proposta de compra na semana passada a todos os accionistas. A Sousa Cintra que detém 50% da sociedade terão oferecido 2,8 milhões de euros, mais 1,5 milhões de euros que este alegadamente deve a Valdemar da Silva, um dos fundadores desta empresa.
 
Carlos Olavo defende a capacidade do negócio prosseguir e diz que já fez uma proposta a Cintra para lhe comprar a sua parte em dez anos. “Conhecia Sousa Cintra nas caçadas e nunca pensei. Foi ele que quis entrar no negócio. Este negócio era para ter sido com um grande empresário angolano.”

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