sábado, 10 de maio de 2014

FAO: Meteorologia e conflitos políticos aumentaram volatilidade do mercado de cereais

09-05-2014 
 
As condições meteorológicas em diversos países e as tensões políticas na região do Mar negro criaram uma maior volatilidade dos mercados alimentares, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
 
A FAO, na sua informação semestral "Perspectivas alimentares", indica que no primeiro prognóstico par ao ano de 2014 estimou para os cereais uma produção total de 2.458 milhões de toneladas, incluindo o arroz, um valor cerca de 2,4 por cento abaixo do recorde alcançado em 2013, embora ainda espera que esta venha a ser a segunda maior registada até agora.
 
E prováveis que a descida seja mais pronunciada nos cereais secundários, contudo os níveis de existências continuam positivos. Os analistas asseguram que não há motivo de preocupação, antes do início das principais temporadas agrícolas de 2014/2015, supondo que os fluxos comerciais não sejam afectados negativamente pela situação na região do Mar Negro.  
 
Em geral, prevê-se que as reservas mundiais de cereais se mantenham em condições relativamente confortáveis, de acordo com a informação, uma publicação semestral que proporciona esclarecimentos sobre a situação do mercado a curto e as perspectivas dos principais produtores de alimentos. A descida dos preços e as condições climatéricas criadas pelo El Niño podem fazer com que a produção mundial de arroz seja menor em 2014, sobretudo na Ásia. Já na Tailândia, uma redução dos preços ao produtor pode ser o principal factor depois de uma contracção nas plantações e produção de arroz.
 
Apesar desta descida da produção, o comércio internacional pode vir a alcançar níveis recorde em 2014, sustentado pela abundância de matéria-prima nos países exportadores e um maior volume de compras dos tradicionais importadores, como o Bangladesh, Indonésia e as Filipinas.
 
A factura da importação mundial de alimentos em 2014 pode vir a fixar-se em 1,29 biliões de dólares norte-americanos, mas estima-se que a dos produtos animais aumente, devido ao crescimento dos volumes comerciais e dos preços.
 
Para a carne e a produção de leite aguarda-se um crescimento. Segundo a FAO, o crescimento da produção mundial de carne será modesto, até um total de 311,8 milhões de toneladas, comum aumento de 1,1 por cento durante 2013, o que reflecte o crescimento nos países em desenvolvimento, os principais responsáveis pela crescente procura mundial.
 
 
Existem grandes diferenças para as previsões comerciais em função das variedades de carne, com a de bovino e de aves domésticas em alta e, por outro lado, a descida na carne de ovino e de porco. A carne de aves continua a ser o principal produto comercializado, com 43 por cento do total do mercado, seguida pela carne de bovino, porco e cordeiro, respectivamente.
Enquanto os preços internacionais da carne mantêm-se em níveis historicamente altos desde o início de 2011, sem indícios de uma descida generalizada, os preços internacionais dos lacticínios baixaram em Março e Abril. Prevê-se que o comércio de leite aumente cerca de 1,8 por cento, até as 69 milhões de toneladas, principalmente impulsionado pela procura por parte da Ásia.
 
Para os óleos e farinhas, a FAO aponta para uma continuidade da expansão, estimulada pela maior oferta e impulsionado pela crescente procura dos países em desenvolvimento da Ásia, apesar do consumo poder crescer menos que o esperado, num contexto de preços internacionais firmes e uma grande disponibilidade de milho.
 
A produção de açúcar tem vindo a registar descidas, mas tudo indica que o comércio cresça com a subida da procura dos países importadores.
 
A FAO também publicou o seu índice mensal de preços dos alimentos, com uma média de 209,3 pontos em Abril de 2014, uma descida de 3,5 pontos, cerca de 1,6 por cento, em relação a Março, e 7,6 pontos, cerca de 3,5 por cento, abaixo de Abril de 2013. A queda registada em Abril passado foi causada, sobretudo, por uma forte descida nos preços dos lacticínios, tal como do açúcar e do óleo vegetal. Pelo contrário, os preços dos cereais e da carne mantiveram-se.
 
Fonte: Agrodigital

Sem comentários:

Enviar um comentário