terça-feira, 8 de outubro de 2013

Herdade do Esporão: 40 anos a fazer muito e bem

O projecto Esporão nasceu em 1973 em Reguengos de Monsaraz. Faz 40
anos, portanto, e, para assinalar a data, promoveu um jantar no final
de Setembro, na Herdade do Esporão, que reuniu algumas das
personalidades que marcaram e continuam a marcar o percurso da
empresa, como parceiros, artistas, imprensa, representantes do
governo, família e amigos.

A Herdade do Esporão, 460 hectares de terras, fica situada junto a
Reguengos de Monsaraz, distrito de Évora, a pouco mais de 180
quilómetros de Lisboa. É um sítio histórico, com património que
remonta ao século XIII, complementado por um sítio arqueológico dos
tempos do Neolítico (com uma idade compreendida entre 5000 e 3000
anos).

O Esporão foi comprado por José Roquette em 1973 e quando se iniciava
o arranque do projecto as terras foram ocupadas e, creio que
nacionalizadas, em finais de 1974 ou início 1975, sé sendo devolvidas
em 1984. E é nesse ano que se inicia verdadeiramente o que viria a ser
uma revolução no Alentejo vinhateiro, com a produção de vinhos de
qualidade, situação que viria ainda a tornar-se mais evidente despois
da entrada do australiano David Baverstock como enólogo chefe.

O Esporão tem o mérito de ter posto o Alentejo no mapa-múndi do vinho.
Hoje exporta mais de metade da sua produção de vários milhões de
litros para mais de 50 países e explora mais de mil hectares de vinha.

Entretanto, à frente do Esporão já está a segunda geração. João
Roquette, filho de José Roquette é o actual líder. "Daqui a 40 anos
não vou cá estar, mas sinto hoje uma enorme tranquilidade sobre o
futuro da Esporão", afirmou o patriarca José Roquette, visivelmente
orgulhoso da sua obra.

Antes do jantar teve lugar uma prova de vinhos destinada a críticos
portugueses e estrangeiros, conduzida pelo enólogo David Baverstock.
Em prova estiveram 13 vinhos, alguns de colheitas antigas como os
Esporão Reserva Branco 2004 e 1996 e de tintos Esporão Reserva Tinto
1996 e 2004 e o Esporão Private Selection Tinto 2001. E ainda outros
vinhos emblemáticos, como o topo de gama Torre 2007, ou o Quinta dos
Murças Reserva 2008 (a quita de 40 hectares do Douro comprada pelo
Esporão exactamente em 2008).

Publicamos alguns rótulos de colheitas mais antigas, algumas de vinhos
que provámos. Ainda se lembra deles? Por exemplo, do Doc Branco 1996,
um vinho já algo evoluído, mas que ainda se bebe com muito prazer, com
um volume de boca que já não é grande, mas com um belo final, ou o
Branco 2004, ainda cheio de vida, de fruta e de força.

Nos tintos os Reserva ou Private Sellection estão há muito entre o
grupo dos melhores tintos portugueses. Provámos o Reserva de 1996 que
ainda está em grande forma, com uma excelente evolução, com
profundidade e uma bela boca.

Dos mais recentes daremos nota em breve. Porque o Esporão merece uma
deferência especial. Colocou o Alentejo nas bocas do mundo, pelas
melhores razões. E além do mais, caprichou em saber também fazer bons
vinhos das gamas mais baratas. O Monte Velho é o melhor exemplo.

http://www.ionline.pt/artigos/mais-igastronomia/herdade-esporao-40-anos-fazer-muito-bem

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