Livro
No seu mais recente livro, "Uma horta para ser feliz", o catalão Marc
Estévez Casabosch explica como tirar mais rendimento de hortas
pequenas
Luísa Oliveira (texto)
17:10 Quarta feira, 9 de Outubro de 2013 |
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Ed. Plural, 216 pág., €17,70
Nos três dias que passou em Lisboa, num rodopio por causa do
lançamento do seu mais recente livro (o primeiro publicado em
Portugal), Uma Horta para Ser Feliz (Ed. Plural, 216 pág., €17,70),
Marc Estévez Casabosch deslumbrou-se com os espaços verdes da cidade.
"Em Barcelona, têm de aproveitar até as rotundas para produzir
alimentos. Mas aqui há muita área livre." Hoje existem já 383 espaços
hortícolas atribuídos pela autarquia, todos com mais de 60 metros
quadrados e a procura continua a ser imensa, havendo, em média, dez
candidatos para cada parcela disponibilizada.
No Parque Hortícola dos Olivais, o mais recente da capital e ainda por
desbravar, o autor mexeu na terra: "É muito boa, arenosa, com minerais
suficientes. Está pronta a cultivar." Marc sabe exatamente quais as
sementes que devem arranjar espinafres, canónigos, alfaces, brócolos,
couve flor, alho francês e todo o tipo de couves aqueles que se
aventuram, por esta altura, na agricultura, quer numa varanda quer na
rua.
Há 12 anos, nunca tinha posto uma mão na terra, nem sequer comia
vegetais. Foi então que fugiu de Barcelona rumo aos Pirenéus para
descobrir de onde vêm os alimentos.
Aprendeu, a partir do zero, praticando muito e lendo os clássicos.
Ainda antes de arranjar a casa, tratou da horta já não tinha desculpa
para não o fazer. Hoje, aos 32 anos, é um defensor da agricultura
natural e mantém um viçoso talhão de 160 metros quadrados, que ilustra
todo o livro. A sua família (mulher e dois filhos) atingiu a
autossuficiência no que toca a verduras e frutos. Como praticamente
são vegetarianos, precisam de pouco mais, além dos ovos das suas
galinhas, para viver.
"A primeira coisa que faço de manhã quando acordo, bem cedo, é ir à
horta. Só depois volto a casa para comer. Custa-me imaginar a minha
vida sem cultivar." É por isso que se sente mais feliz do que quando
vivia na cidade. Pareceu-lhe inevitável tornar-se num divulgador. "Só
despertei para isto tarde. Porque não podem outros começar mais cedo?"
Marc sabe que há muita gente jovem que cresce nas metrópoles, mas que
a dada altura se questiona se é ali que está a felicidade.
E num momento de mudança como o atual, este tipo de dúvidas surgem com
mais frequência. "Acho difícil ser-se feliz sem se saber de onde vem o
que comemos. Ter uma horta é um excelente antídoto para o stress, só
de se tocar na terra já se fica relaxado."
http://visao.sapo.pt/os-truques-para-fazer-uma-boa-horta-na-cidade=f752445
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