Publicada a 25 de Janeiro de 2014
Executivo municipal de Montalegre convidou a Ministra da Agricultura e do Mar a visitar a Quinta da Veiga Antes de marcar presença na Feira do Fumeiro, a Ministra da Agricultura e do Mar, a convite da Câmara de Montalegre, visitou a Quinta da Veiga. Assunção Cristas constatou o declínio de uma propriedade, com mais de 100 hectares de terreno, outrora uma referência agrícola e fonte de rendimento avultado.
Minutos antes de percorrer os caminhos da Feira do Fumeiro, Assunção Cristas pisou a vasta área da Quinta da Veiga onde «teve contacto com o abandono em que o local se encontra», referiu Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal de Montalegre. Foi altura de recuar no tempo e lembrar que, durante muitos anos, «este espaço funcionou como um posto de experiências no campo da agricultura e da pecuária». Nessa senda, reforçou o presidente, «não faz sentido ter-se abandonado o laboratório de ideias e de práticas que aquele espaço potenciava». Por sua vez, o centro de formação da Aldeia Nova, «na posse do ministério da agricultura, consagra um potencial turístico fantástico, e também, se encontra abandonado». Todavia, a Câmara Municipal, garante Orlando Alves, «tem projetos e ideias para desenvolver nestes dois espaços» e, nesse sentido, vão ser «remetidos documentos a este ministério para que se faça a apreensão de tudo isto, de forma a que a propriedade da Quinta da Veiga reverta para a autarquia e seja possível dar-lhe utilidade». O mesmo se passa com o Centro de Formação da Aldeia Nova, contudo, para este espaço é intenção «lançar um concurso público de ideias para a zona, onde as iniciativas privadas, dos emigrantes inclusive, podem investir para que se tire proveito do potencial agrícola, pecuário e turístico». Questionada sobre a visita à Quinta da Veiga e ao panorama dos locais apontados por Orlando Alves, a Ministra da Agricultura e do Mar limitou-se a dizer que «é um assunto que temos que resolver, pois estamos perante um belo espaço e temos que tratar dele».
QUINTA DA VEIGA
Recorde-se que a Quinta da Veiga, outrora propriedade da Direção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes, criada em Dezembro de 1916, tendo a sua origem na transferência do Posto Zootécnico do Gerês, com o nome de Posto Zootécnico do Barroso, está hoje sob o domínio da Câmara Municipal de Montalegre.
Mais tarde, fruto de algumas reestruturações do Ministério de Agricultura, este espaço passou a denominar-se de Posto Experimental de Montalegre, tendo como objetivo essencial a dinamização e o desenvolvimento da cultura da batata de semente e a experimentação que, nessa altura, estava em grande expansão, nas terras de Barroso. De realçar que, na sua criação, a área total não ultrapassava os 10/12 hectares sendo as instalações constituídas por uns barracões. Dizer ainda que foi após a criação da Junta de Colonização Interna que a área da atual Quinta da Veiga foi alargada para os atuais 106 hectares, com recurso aos baldios das freguesias de Montalegre e Meixedo. A área cultivável ronda os 40 hectares sendo o restante monte.
RIQUEZA AGRÍCOLA
Além da produção da batata de semente, a Quinta da Veiga teve sempre animais, da raça Barrosã, Parda Alpina e caprinos de raça Alpina mas, por problemas sanitários, foram abatidos. Era um centro para a produção de porta enxertos (clones) cuja produção estava sempre vendida. Chegou a ter uma produção leiteira significativa onde os problemas sanitários acabaram com essa produção, voltando de novo ao repovoamento com animais de raça Barrosã. Além da produção pecuária, a Quinta da Veiga produzia uma certa quantidade de cereal e foi pioneira no estudo das consociações das diferentes espécies forrageiras para o melhoramento dos prados permanentes e de sequeiro.
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