Em 2013, a Acréscimo colocou à Ministra da Agricultura e Mar um
conjunto de 6 questões. Todavia, por falta de oportunidade ou
desinteresse, não foi rececionado por parte do Gabinete da Ministra
qualquer resposta.
As questões colocadas respeitam ao aproveitamento, passado e futuro,
de muitas centenas de milhões de Euros, disponibilizados ou a
disponibilizar pelos contribuintes ao cofinanciamento de investimentos
nas florestas.
A eventual falta de oportunidade não nos parece justificável, tendo em
conta que se está na antecâmara de um novo Programa de Desenvolvimento
Rural (PDR), agora para o período 2014/2020, o qual contemplará a
atribuição de fundos da Política Agrícola Comum (PAC) e de futuros
Orçamentos do Estado a ações de investimento nas florestas.
Um eventual desinteresse parece-nos irresponsável, já que, pela
análise de dados históricos, existem fortes indícios de que parte
significativa dos impostos alocados à constituição de fundos públicos
de apoio às florestas não aportou retorno económico à Sociedade.
A Acréscimo colocou as seguintes questões:
1 - Quais as áreas, por espécie e região, que resultaram dos
investimentos nas florestas cofinanciados no âmbito do I Quadro
Comunitário de Apoio (QCA)(1996/1992), do II QCA (1993/1999), do III
QCA (2000/2006) e do PDR 2007/2013?
2 - Houve interseção de áreas objeto de cofinanciamento público entre
os diferentes períodos de apoios? Qual o montante em área e por tipo
de investimento?
3 - Face aos montantes investidos, com cofinanciamento público, em
pinheiro bravo, como se explica a regressão de área desta espécie em
Portugal nos últimos 27 anos?
4 - Face aos montantes investidos, com cofinanciamento público, em
sobreiro, como se explica a manutenção de área desta espécie em
Portugal ao fim destes 27 anos?
5 - Existem estudos de avaliação de desempenho dos diferentes
programas, na sua vertente florestal, mas também noutros domínios de
apoio, ao longo dos 27 anos decorridos de apoios da PAC em Portugal?
6 - Na sequência dos fundos públicos investidos nas florestas
portuguesas, qual o retorno respetivo para a Sociedade, quer em termos
económicos, mas também ao nível ambiental e social?
Existem mais questões, designadamente no que respeita ao impacto dos
fundos da PAC ao nível da propagação de incêndios florestais, bem como
na proliferação de pragas e de doenças nas florestas em Portugal. Nos
últimos 27 anos, apesar do significativo apoio da PAC, o panorama nas
florestas em Portugal, no que respeita a incêndios florestais, a
pragas e a doenças, não é nada animador.
Num outro nível, qual o impacto dos fundos da PAC, aplicados nas
florestas portuguesas, ao nível dos números expressos no tempo nas
Contas Económicas da Silvicultura (publicadas pelo INE)? Curiosamente,
apesar dos significativos apoios da PAC, o peso do Valor Acrescentado
Bruto (VAB) da atividade florestal no VAB nacional tem registado, nos
últimos 27 anos, um acentuado decréscimo.
VAB SILVICULTURA / VAB NACIONAL
Lisboa, 6 de janeiro de 2014
http://www.agroportal.pt/agronoticias/2014/01/07.htm
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