São necessários 15.500 litros de água para produzir um quilo de carne bovina. Com a mesma quantidade é possível produzir 12 kg de trigo ou 118 kg de cenouras
Por: Redacção / CM | 2014-01-09 18:50
A produção intensiva de carne tem um impacto devastador sobre o meio ambiente, alertou esta quinta-feira uma organização ambientalista, em Bruxelas, ao apresentar o seu atlas sobre o consumo de carne no mundo.
«A produção intensiva de carne não significa apenas fazer sofrer os animais. Destrói o ambiente e consome uma grande quantidade de matérias-primas que importamos do sul para alimentar os animais», denunciou em comunicado Barbara Unmussig, presidente da Fundação Heinrich Boll, uma organização não-governamental (ONG) próxima dos Verdes alemães, associada à publicação deste atlas.
De acordo com a Friends of The Earth (Amigos da Terra), são necessários 15.500 litros de água para produzir um quilo de carne bovina. Com a mesma quantidade de água, é possível produzir 12 quilos de trigo ou 118 quilos de cenouras.
«De cada vez que nós comemos, fazemos uma escolha política com um impacto sobre a vida das pessoas no mundo, sobre o ambiente, sobre a biodiversidade e sobre o clima», sublinhou Adrian Bebb, responsável da ONG, numa conferência de imprensa em Bruxelas.
O consumo de carne, já demasiado elevada, na opinião da Friends of The Earth, não para de crescer nos países com economias emergentes, como é o caso da China.
Atualmente, mais de 40% da produção anual de trigo, centeio, aveia e milho é usada para alimentação animal. Um terço dos 14 milhões de hectares de terras cultivadas do mundo é usado para alimentar o gado.
A produção, cada vez mais gigantesca, de carne beneficia principalmente grandes empresas de alimentos, como a brasileira JBS ou as norte-americanas TysonFoods e Cargill, em detrimento dos pequenos agricultores, que estão a desaparecer, segundo a associação ambientalista.
No seu atlas, a organização aponta também o uso de antibióticos e hormonas em animais destinados à alimentação humana, a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM) para alimentar os animais ou a perda de biodiversidade, enquanto aumentam espécies estandardizadas e mais lucrativas.
Para a Friends of The Earth, as soluções existem: além de uma mudança nos hábitos alimentares, a associação apela à Comissão Europeia para que seja ambiciosa na sua comunicação sobre alimentação sustentável, prevista para a primavera.
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