Produção da campanha 2010/11 atingiu as 70 mil toneladas e o país
caminha para a autosuficiência.
17:42 Quinta feira, 24 de Fevereiro de 2011
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D.R.
A produção nacional de azeite cifrou-se na campanha 2010/2011 nas 70
mil toneladas, o dobro do que se produzia em 2006, devendo o país
alcançar a autosustentação dentro de 4 a 5 anos, anunciou hoje a Casa
do Azeite (CA).
Em declarações à agência Lusa, Mariana Matos, vice presidente da CA,
afirmou que, "se a questão da qualidade nunca se colocou, a questão da
produção em quantidade está ultrapassada", tendo acrescentado que
Portugal deverá alcançar a autosustentação em 2015/2016, um valor que
se cifra nas 100 mil toneladas.
Segundo disse aquela responsável, Portugal é hoje o quinto maior
produtor mundial de azeite tendo acrescentado que o volume de
exportações "cresceu de forma sustentada", 22,5 por cento ao ano,
desde 2006 até 2011.
"Invertemos o paradigma das exportações de menor qualidade e o
crescimento qualitativo é sustentado com a exportação de azeite virgem
extra, que acrescenta volume e valor, para países como os EUA, Brasil,
Venezuela, Angola e Coreia do Sul", apontou.
Negócio de €310 milhões
Mariana Matos disse ainda que o volume de negócios atingiu em 2010 um
volume global de 310 milhões de euros, dos quais 130 ME advêm
diretamente da exportação de azeite.
"Em 2006 Portugal exportava 20 mil toneladas de azeite e hoje, cinco
anos depois, exportamos 44,5 mil toneladas, 62 por cento das quais
para o Brasil", referiu aquela responsável.
Para a CA, "promover, valorizar e estimular" o consumo interno é o
grande desafio que hoje se apresenta no plano interno, tendo em conta
que Portugal apresenta consumos per capita "muito abaixo" dos
restantes países mediterrânicos.
"Os portugueses consomem hoje 6 a 7 quilos de azeite por ano, metade
do consumo per capita dos espanhóis", disse Mariana Matos, tendo
observado que o consumo português "está estagnado devido a problemas
estruturais".
Valorizar a fileira do azeite
Tendo considerado "importante" a realização do I Congresso Ibérico do
Azeite, que vai decorrer em Abrantes, para "discutir ideias, analisar
o mercado e equilibrar procedimentos" com os produtores espanhóis,
Mariana Matos apelou à "imaginação" para valorizar a fileira.
"É preciso promover e valorizar todos os elos da cadeia de produção do
azeite, desde o modernizar da imagem, ao integrar na alimentação, é
preciso mais investigação e avanços tecnológicos no produto, chegar
mais longe nos mercados internacionais e desenvolver um trabalho mais
coordenado de promoção do azeite", defendeu.
"Todos os elos da cadeia de valor devem ser postos em evidência, seja
no âmbito da cosmética, dos bio- combustíveis, aproveitamento para
biomassa, folhas para chás, indústria farmacêutica, pondo em evidência
os benefícios do azeite seja para a pele seja para uma alimentação
saudável", vincou.
Com o objetivo de mobilizar produtores e olivicultores e estabelecer
parcerias que contribuam para a valorização do azeite no espaço
luso-espanhol, a cidade de Abrantes vai acolher, entre sexta feira e
domingo, o I Congresso Ibérico do Azeite.
http://aeiou.expresso.pt/sucesso-na-agricultura-ja-produzimos-quase-todo-o-azeite-que-precisamos=f634221
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