23 Mai 2012, 16:05h
O PRIMEIRO painel da manhã da Conferência sobre a Floresta, organizada
pela Aflobei e pelo JF, e que decorreu no auditório do Nercab, em
Castelo Branco, foi moderado por António António Trigueiros de Aragão
(na foto), presidente da Associação Empresarial da Região de Castelo
Branco (Nercab), o representante máximo da entidade anfitriã desta
conferência.
Nesta discussão sobre a contribuição da floresta regional para a saída
da crise nacional tomaram a palavra, João Soares, assessor do conselho
de administração da Portucel para a floresta e ambiente; Vítor Poças,
presidente da Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de
Portugal, Luís Baptista, da Sonae Indústria, e José Carlos Almeida
Morgado, gestor de Abastecimento de Biomassa da Altri Florestal.
As intervenções centraram-se nas janelas de oportunidades que a
fileira da floresta pode aferecer nas suas mais diversas vertentes. A
preciosa experiência dos intervenientes neste painel foi de grande
auxílio para quem, na região, opera no terreno. Mas também foram
demostradas algumas grandes preocupações. E neste campo, destaca-se a
intervenção de Vítor Poças que que centrou a sua intervenção sobre a
ameaça dos incêndios, não poupando a plateia a números absolutamente
impressionantes sobre os fogos que ano após ano reduzem a floresta a
cinzas, compromentendo não só a parte económica, mas o património
ambiental coletivo. Este, defende, tem que ser, um problema atacado
pela raiz. "Este crime tem que acabar", diz.
Os incêndios
VÍTOR Poças, presidente da Associação das Indústrias de Madeira e
Mobiliário de Portugal, centrou a sua intervenção na grande praga da
floresta portuguesa: os incêndios que compromentem, ano após ano, o
futuro da floresta nacional. "Há muitas pessoas que falam sobre
incêndios, mas nunca tocam neste assunto, que é a diferença entre o
número de ocorrências e a área ardida . Para mim, o problema está no
número de ocorrências. Temos que atacar este problema. É absolutamente
inadmissível – isto é uma indústria, a índustria dos incêndios. Claro!
Não vale a pena falarmos em organização se não atacarmos os problema.
falarmos em organização de quê? Nós plantamos muito organizadamente
com as linhas direitinhas, com os aceiros muito bem feitos e passados
dois anos auilo ardeu... Aquela organização foi fantástica, o
resultado é que foi péssimo", ironiza.
"Gastam-se por ano em Portugal 140 milhões de euros de euros em
combate aos incêndios", diz. "Temos um país coberto de aviões,
helicópteros e bombeiros, mas continua a arder" e lança um aviso:
"ataquem o problema, vão directo ao assunto. Se continuarmos a queimar
o país, não adianta". Este, diz Vitor Poças, é um "assunto de Estado"
e tem que dizer, de uma vez por todas, que "este crime tem que
acabar".
Por: Nuno Francisco
http://www.jornaldofundao.pt/noticia.asp?idEdicao=105&id=8325&idSeccao=981&Action=noticia
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