A tenacidade do Presidente da AREV Jean-Paul Bachy não foi em vão: A
Comissão Europeia finalmente cedeu aos pedidos reiterados desta
associação que reúne 75 regiões vinícolas de vinte países europeus que
alegava o direito de fazer ouvir a sua voz como parte do Grupo de
Reflexão sobre os direitos de plantação da vinha, e convidou-a a
participar na sua terceira reunião de trabalho em Setembro.
Criado pelo Comissário Dacian Ciolos na sequência da reivindicação
assinada por 15 ministros europeus da agricultura em defesa da
manutenção, para além de 2015/2018, de um sistema de direitos de
plantação de vinhas, este grupo de trabalho não podia ignorar as
conclusões incontornáveis do estudo científico independente realizado
pelo professor Etienne Montaigne (Montpellier) e sua equipe sobre a
"Impactos socioeconómicos e territoriais da liberalização dos direitos
de plantação".
Foi a pedido das regiões membro da AREV, determinadas a defender o seu
tecido socioeconómico local, o desenvolvimento dos seus territórios,
as suas paisagens, o ambiente e a diversidade e qualidade das suas
produções, que este estudo foi elaborado na sequência de um concurso
internacional.
Na recente sessão plenária da AREV em Turim, Jean-Paul Bachy havia
condenado a política sectorial levada a cabo pela Comissão, com a
reforma da OCM do vinho, que está cada vez mais longe das expectativas
das colectividades locais: "Longe de melhorar a competitividade das
vinhas, a desregulamentação, em qualquer parte do mundo onde seja
implementada, desestabiliza os mercados. Quebrar o vínculo entre a
denominação dos vinhos e o seu terroir destrói todas as formas de
rastreabilidade e desorienta os consumidores. Produzir em massa, em
toda a parte, não importa onde, de qualquer forma, a pretexto de
baixar os preços, faz-se em detrimento da qualidade. Este não é o
interesse dos consumidores. É ainda menos interesse dos territórios.
Em toda a Europa, as nossas indústrias estão ameaçadas pela
deslocalização para países com salários baixos. Certifiquemo-nos de
não reproduzir amanhã o mesmo padrão à custa das nossas regiões
vinícolas! Isso custar-nos-ia muito caro. Para a indústria do vinho
representa milhares de empregos directos e indirectos, que poderiam
desaparecer de um dia para o outro. A recusa em ouvir os nossos
argumentos demonstra um desrespeito grave pelo regionalismo. São
necessários ainda muitos esforços para dar à Europa uma dimensão
democrática, que falta muitas vezes aos tecnocratas de Bruxelas. A
Europa só pode ser construída com estabilidade económica e social a
partir dos seus territórios".
Fonte: AREV
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/05/25b.htm
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