sexta-feira, 25 de maio de 2012

Viticultores do Douro afetados pelo granizo querem apoios excecionais

Publicado ontem


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Dezenas de viticultores durienses afetados pela queda de granizo
juntaram-se, esta quinta-feira, em Nogueira, Vila Real, para
reivindicar apoios excecionais ao ministério da Agricultura que
colmatem os prejuízos causados em 70% das suas vinhas.


foto GLOBAL IMAGENS/ARQUIVO



"A vindima que devia ser feita em outubro, infelizmente, fez-se em
maio", afirmou Joaquim Palma, presidente da Junta de Nogueira e também
viticultor.

A queda de granizo, no domingo, durante 15 minutos, terá destruído
cerca de 100 hectares de vinha nesta freguesia e ainda em Tanha e
Ermida, afetando cerca de 100 lavradores.

Videiras partidas, folhas rasgadas e uma cor acastanhada a substituir
o verde, completaram o cenário encontrado pelos agricultores. Mas,
para além da vinha, o granizo provocou ainda estragos nas hortas, nas
árvores de fruto e nas oliveiras.

Acompanhados pela Associação dos Viticultores Independentes do Douro
(AVIDOURO), os viticultores reivindicaram "apoios excecionais" para
colmatar esta "calamidade" e exigiram a presença "urgente" de técnicos
do ministério da Agricultura para uma avaliação dos estragos.

E, se esta avaliação não for feita até quarta-feira, os lavradores
prometeram sair à rua em protesto ou até cortar a estrada.

"As pessoas estão desesperadas. Os viticultores já não têm dinheiro
para pagar os tratamentos normais que têm que fazer na vinha, quanto
mais agora", afirmou a dirigente da AVIDOURO, Berta Santos.

Os pequenos e médios produtores de vinho do Douro queixam-se de uma
crise que se arrasta há cerca de uma década, de quebras nos
rendimentos que ascendem aos 60% devido à falta de escoamento, do
preço baixo a que o vinho é pago e à redução do benefício (quantidade
de vinho do Porto que cada um pode produzir).

Berta Santos referiu ainda que os seguros existentes não se adaptam à
região, enquanto Joaquim Palma adiantou mesmo que mais de 90% dos
viticultores não possuem, nem sequer têm dinheiro para pagar os
seguros.

"Muitos de nós vivem da agricultura, não têm outra fonte de
rendimento. Com estes prejuízos, os agricultores não podem
sobreviver", frisou o autarca.

Armindo Carvalho tem três hectares de vinha e mais de metade ficou
"completamente estragada". "Não sei o que fazer. Tiro da minha reforma
de 200 euros para por a vinha em condições e agora acontece isto",
salientou.

Este produtor recusa-se a fazer as contas mas garante que a vindima
está praticamente feita.

Os viticultores já enviaram documentos para o Ministério da
Agricultura, Comissão Parlamentar de Agricultura e todos os partidos
com representação na Assembleia da República a alertar para mais esta
"situação dramática" que atingiu a Região Demarcada do Douro.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Vila%20Real&Concelho=Vila%20Real&Option=Interior&content_id=2545313&page=-1

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