Fundão
A cereja vendida à beira das estradas de acesso ao Fundão está "mais
barata que nunca", sendo possível comprá-las "a partir de 2,5 euros o
quilo", disseram esta segunda-feira alguns produtores.
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Os clientes "são cada vez menos", devido à crise, lamentou Fátima
Gonçalves, pelo que os preços reflectem uma nova realidade: este ano
não há cerejas a cinco euros o quilo ou mais, como era vulgar
encontrar quando os primeiros frutos chegavam às bancas.
"Nunca comecei a vender cereja tão barata como desta vez. No primeiro
dia cheguei a vender a partir de 2,5 euros", disse Fátima, enquanto
Nazaré Gonçalves, familiar e outra das vendedoras, acenava com a
cabeça, confirmando a ideia.
O passado domingo foi o primeiro dia de venda nas entradas do Fundão -
município que é um dos principais produtores de cereja em Portugal -,
onde até início de Julho não haverá dia sem vendedores à beira da
estrada.
Este ano, a Câmara do Fundão criou recintos com bancas de venda e
imagem uniformizada nas duas principais entradas da cidade, na zona
industrial e na freguesia de Donas.
A novidade acabou com as barraquinhas improvisadas pelos vendedores ao
longo das bermas e nalgumas zonas de estacionamento, mas o ordenamento
não agrada a todos.
Na entrada norte, o maior mercado espontâneo de cereja à beira da
estrada, está agora uns metros mais acima, junto à zona industrial.
As bancas estão arrumadas num espaço pavimentado, mas com menos
visibilidade e num local onde não é tão fácil estacionar, queixou-se
Nazaré Gonçalves, vendedora.
Por outro lado, atrás das barraquinhas, chegam a ser feitas descargas
de efluentes a céu aberto que, quando surgem, "provocam maus cheiros",
como ocorreu no domingo, alertou.
A situação chega a ser "insuportável", acrescentou Fátima Gonçalves.
Para as vendedoras, as barraquinhas "até estão bonitas", mas há outro
reparo importante: "os toldos tinham de ser maiores" para proteger a
fruta da chuva e do sol.
Fátima Gonçalves queixou-se também de falta de espaço entre
vendedores, como havia entre as bancas dos anos anteriores, para cada
um negociar o preço da cereja.
Para esta produtora, a autarquia devia ainda ir mais longe na
atribuição das bancas e distinguir dos vendedores de ocasião os
produtores que "cumprem com as obrigações fiscais".
A criação de espaços ordenados de venda de cereja nas entradas da
cidade faz parte da campanha anual de promoção do concelho com base no
fruto vermelho.
O cartaz de actividade da Cereja do Fundão deste ano inclui acções de
rua com distribuição de cereja entre 28 de maio e 12 de Junho, em
Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Lisboa, Faro e Setúbal e fornecimento
de estações de serviço nas auto-estradas, através das quais se
venderam 36 toneladas do fruto em 2011.
Para o dia 14 de Junho está prevista uma degustação de cereja e
produtos derivados na Assembleia da República.
Um dos pontos altos do cartaz vai ser a Festa da Cereja, de 7 a 10 de
Junho, em Alcongosta, uma das principais freguesias produtoras do
concelho.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=059A0DFE-5AD0-445E-9CB8-FAB0E666BF5A&channelID=00000011-0000-0000-0000-000000000011
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