20-09-2013 10:41 | País
Fonte: Agência Lusa
Mogadouro, 20 set (Lusa) - Os incêndios que deflagraram em julho e
agosto na região do parque Natural do Douro Internacional e no vale do
rio Sabor destruíram cerca de 500 colmeias e provocaram danos
produtivos em cerca de 8.000.
Os números foram avançados à agência Lusa pela Associação de
Apicultores do Parque Natural do Douro internacional (AAPNDI), que
abrange os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada
à Cinta.
"Para as 8.000 colmeias afetadas temos vindo a reclamar apoios para a
alimentação dos enxames, já que é praticamente impossível trasladar os
colmeais para zonas onde haja alimentos para as abelhas", referiu o
técnico na AAPNDI, Vítor Ferreira.
De acordo com o técnico, devido aos incêndios que "fustigaram" as
regiões do Douro Superior, Parque Natural do Douro Internacional e do
Planalto Mirandês"não há assim muitas áreas disponíveis para colocar
os apiários".
"Já reclamámos junto da tutela apoios para a aquisição de alimentos
para que possamos manter vivos os enxames até ao fim do inverno",
frisou o técnico.
As 500 colmeias que foram destruídas pelas chamas estavam em produção.
Para além da perda do efetivo, a produção de mel do corrente ano ficou
"altamente comprometida".
"Já nos foi prometido que o potencial produtivo seria reposto. No que
diz respeito aos apoios à alimentação, teremos de fazer outra
contabilidade para sabermos o efetivo apícola que poderá ser
apoiado",acrescentou Vítor Ferreira.
Nos entanto, os apicultores nordestinos mostram-se apreensivos com as
elevadas temperaturas do mês de setembro e temem que possa haver mais
incêndios na região "que comprometam ainda mais a produção de mel".
"Vamos ter de esperar pelas primeiras chuvas para fazer uma avaliação
mais concreta dos prejuízos nos apiários causados pelos incêndios
deste verão", enfatizou o responsável.
Segundo as contas do técnico da AAPNDI, uma colmeia pronta a predizer
poderá custar cerca de 150 euros por unidade.
"Temos de ter em conta que cada colmeia destruída poderia ter média 20
quilos de mel, sendo que o produto poderá ser comercializado a três
euros o quilo", contabilizou Vítor Ferreira.
Fruto dos incêndios e das condições climatéricas adversas, a as
quebras na produção de mel da área de influência do AAPNDI poderão
atingir os 75% da produção média anual.
FYP // JGJ
http://portocanal.sapo.pt/noticia/7685/
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