A tabaqueira terá atribuído um orçamento de 550.000 mil euros para
repartir por 161 'lobistas' para organizarem "eventos", diz o Le
Parisien
Venda do tabaco discutida em outubro
D.R.
21/09/2013 | 15:51 | Dinheiro Vivo
A multinacional tabaqueira Philip Morris abriu um ficheiro de
acompanhamento com nomes de eurodeputados para tentar influenciar os
seus votos a favor da indústria, revela hoje o jornal francês Le
Parisien, que divulga documentos exclusivos.
Nos documentos aparecem os nomes de 74 eurodeputados franceses com
menções sobre a sua opinião acerca do tabaco e das ações que podem ser
executadas para que se vote a favor da indústria, segundo o jornal,
citado pela agência de informação espanhola EFE.
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No espaço dedicado a uma eurodeputada pode ler-se: "Fervorosa
opositora à indústria do tabaco. É necessário acompanhar de perto as
suas eventuais iniciativas antitabágicas. Recusa reunir-se com a
indústria".
A multinacional tabaqueira atribui nos documentos, que datam de 2012 e
2013, uma cor a cada deputado em função da urgência de reunir-se com
ele.
O ministro francês da Agricultura, Stéphane Le Foll, que durante anos
foi eurodeputado e que figura no ficheiro, considerou que estes
documentos constituem "um ataque às liberdades civis". A empresa
"Philip Morris tem que dar explicações", defendeu o ministro Stéphane
Le Foll.
Segundo o Le Parisien, a tabaqueira terá atribuído um orçamento de
550.000 mil euros para repartir por 161 'lobistas' para organizarem
"eventos".
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A presidente do Comité Nacional Francês de Combate ao Tabagismo,
Emmanuelle Beguinot, considerou necessário esclarecer o destino real
desse dinheiro, perante a possibilidade de que pode servir para
comprar votos, mas o jornal diz que nos documentos "não aparece nenhum
rasto de corrupção"
De acordo com o Le Parisien, o objetivo do lóbi do tabaco pode ser
atrasar a votação da diretiva europeia que endurece as condições de
venda de cigarros, que está marcada para 09 de outubro, depois de já
ter sido adiada um mês. A intenção passa por adiar esta votação para
depois das eleições europeias que se realizam no próximo ano, afirma o
jornal.
A legislação europeia exige que os eurodeputados estejam informados da
existência deste tipo de ficheiros. Contudo, vários eurodeputados,
contactado pelo jornal, asseguraram não saber nada sobre estes
documentos.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO274002.html?page=0
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