domingo, 22 de setembro de 2013

Vinagre Creative: o tempero ácido fez-se doce e delicioso

Uma empresa com mais de 30 anos lembrou-se de inovar num dos produtos
mais antigos de sempre. Criou um conceito: vinagre com fruta



Carlos Gonçalves
Global Imagens
21/09/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo

Carlos Mendes Gonçalves viu no vinagre um potencial negócio. Há três
anos, começou a misturá-lo com frutas para inovar e diversificar a
oferta. O resultado já chegou a Inglaterra e está a caminho de Japão,
EUA, Canadá, Suécia e Espanha.

Hoje com 47 anos, Carlos trabalha há 31 na empresa do pai, a Mendes
Gonçalves, na Golegã, precisamente na altura em que começaram a fazer
vinagres. O início foi "relativamente fácil", graças "aos
conhecimentos do mercado e ao vendedor que a empresa contratou, que
conhecia muito bem o mercado. Fomos trabalhando e crescendo", recorda
o administrador. Com as marcas Peninsular à venda no canal Horeca
(hotelaria, restauração e catering) e Paladin nas principais cadeias
de grande distribuição, há três anos surgiu um novo desafio: criar um
vinagre diferente de todos os outros. O departamento de investigação e
desenvolvimento - que hoje conta com sete pessoas - começou a
trabalhar e dos brainstormings sobre o tempero amargo das saladas
surgiu a linha de vinagres de frutas, produto natural e inovador,
dirigido ao mercado gourmet e de exportação.

"O Creative surge da vontade de dignificar o vinagre, que é
considerado um produto muito básico - na Idade Média o mestre
vinagreiro ocupava um papel muito distinto. Pegámos nos conhecimentos
que já tínhamos e decidimos criar vinagres diferentes, menos ácidos e
que sozinhos possam temperar os alimentos. Ao juntar fruta ao vinagre,
conseguimos um produto mais agradável, não só pela redução da acidez
mas também por acrescentar sabor a um produto tradicionalmente
amargo", conta Carlos Gonçalves.

Foram surgindo ideias para vinagres com lascas de gengibre, de maçã e
mel, de pedaços de frutos vermelhos e de figo e canela com pedaços de
figo. "As experiências começam quase por intuição: o de figo, por
exemplo, surgiu para aproveitar os recursos da região. Exige alguns
meses de ensaios... Começámos por testar polpas de fruta e formas de
usar o condimento fora das saladas."

O passo seguinte foi o design das embalagens: o Creative precisava de
uma garrafa diferente para ser vendido a outro tipo de público, mais
segmentado. O processo demorou cerca de ano e meio, entre os primeiros
testes e as versões finais dos primeiros vinagres de fruta e reduções
- outro produto desenvolvido pelo departamento de investigação.

O trabalho está a dar frutos. "Já temos parceiros de negócio em
Inglaterra - que asseguram a distribuição em todo o país - e temos
apresentado os vinagres em feiras, pelo mundo. Mas não basta ter
distribuidores interessados. É preciso que eles percebam que vender
este vinagre é vender uma experiência diferente. Vender o conceito e
não só o produto."

No total, a empresa já fatura 18 milhões de euros anualmente e emprega
160 pessoas. "Uma empresa não sobrevive a fazer igual ao que os outros
fazem. É fundamental termos o nosso caminho. Tendo em conta a dimensão
de Portugal, temos de focar-nos naquilo que temos de melhor, produtos
de muita qualidade. Não podemos competir com países maiores, mas
podemos competir com os melhores."

http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO273810.html?page=0

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