Floresta
22.02.2011 - 12:49 Por Lusa
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O presidente da Autoridade Florestal Nacional (AFN) disse hoje, em
Santarém, esperar que os planos distritais para defesa da floresta
contra incêndios possam ajudar a diminuir o número de ignições, que
atinge as 22.000 por ano.
Amândio Torres presidiu hoje à abertura do Fórum Planos Distritais
Defesa da Floresta Contra Incêndios, organizado pelo Governo Civil de
Santarém e que visa a confrontação de experiências e permitir o
levantamento de questões que, segundo a governadora civil Sónia
Sanfona, possam ajudar a responder "às vicissitudes" que se colocam à
floresta portuguesa.
Para o presidente da AFN, o número de ignições (incêndios
deflagrados), apesar dos esforços feitos nesta área, "é revelador de
que algo está mal".
Sónia Sanfona disse à agência Lusa acreditar que, concluída que está a
aprovação dos planos distritais, cuja elaboração se iniciou em 2009,
será possível conseguir diminuir quer o número de ignições quer a área
ardida em Portugal.
Frisando que, neste momento, o país está coberto por planos municipais
e por planos distritais, colocados sob o "chapéu" do plano nacional, a
governadora civil de Santarém afirmou que fazia todo o sentido
proporcionar uma reflexão que envolva as várias entidades.
Na sua intervenção, Amândio Torres apelou a que o dinheiro disponível
para o sector florestal no Programa de Desenvolvimento Rural (Proder),
750 milhões de euros, seja investido na melhoria da gestão (com
implicações na protecção) e na expansão da área produtiva.
Sublinhando que o sector florestal é exportador, sendo a importação
residual, o presidente da AFN voltou a defender alterações às medidas
florestais do Proder, de forma a que o país possa tirar proveito das
verbas disponíveis para melhorar a gestão e expandir a área de
produção.
Em particular, referiu o facto de o país dispor de 2 milhões de
hectares abandonados "e que têm que ser aproveitados".
O presidente da AFN disse à Lusa esperar que a avaliação intercalar do
Proder possa "abrir uma janela de oportunidades", nomeadamente criando
um plano de gestão florestal mais simplificado para efeitos de
investimento, diminuição da área mínima passível de investimento e
simplificação dos procedimentos burocráticos.
Amândio Torres referiu que a portaria publicada depois do conjunto de
propostas apresentado há um ano pela AFN trouxe já algumas melhorias,
mas, disse, é possível ir mais longe.
No seu entender, é preciso não esquecer que a maioria da propriedade é
privada e que é na estrutura minifundiária que se obtêm produtividades
maiores.
No fórum que decorre em Santarém ao longo de todo o dia, estão a ser
apresentados os planos distritais de defesa da floresta contra
incêndios de Castelo Branco, Faro e Santarém.
Durante a tarde serão abordados temas como o papel dos governos civis,
da GNR e da Autoridades Nacional de Protecção Civil, a proposta de
Sistema de Informação Geográfica do Ministério da Administração
Interna, estando ainda prevista a assinatura de protocolos entre o
Instituto de Financiamento à Agricultura e Pescas (IFAP), AFN e
governos civis.
http://www.publico.pt/Sociedade/planos-distritais-de-defesa-contra-incendios-devem-ajudar-a-diminuir-ignicoes-diz-presidente-da-afn_1481546
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