quarta-feira, 2 de março de 2011

Planos distritais de defesa contra incêndios devem ajudar a diminuir ignições

Presidente da Autoridade Florestal Nacional presidiu à abertura do
Fórum Planos Distritais Defesa da Floresta Contra Incêndios realizado
em Santarém
O presidente da Autoridade Florestal Nacional (AFN) disse esta
terça-feira em Santarém esperar que os planos distritais para defesa
da floresta contra incêndios possam ajudar a diminuir o número de
ignições, que atinge as 22.000 por ano. Amândio Torres presidiu à
abertura do Fórum Planos Distritais Defesa da Floresta Contra
Incêndios, organizado pelo Governo Civil de Santarém e que visa a
confrontação de experiências e permitir o levantamento de questões
que, segundo a governadora civil Sónia Sanfona, possam ajudar a
responder "às vicissitudes" que se colocam à floresta portuguesa.

Para o presidente da AFN, o número de ignições (incêndios
deflagrados), apesar dos esforços feitos nesta área, "é revelador de
que algo está mal". Sónia Sanfona disse acreditar que concluída que
está a aprovação dos planos distritais, cuja elaboração se iniciou em
2009, será possível conseguir diminuir quer o número de ignições quer
a área ardida em Portugal.
Frisando que, neste momento, o país está coberto por planos municipais
e por planos distritais, colocados sob o "chapéu" do plano nacional, a
governadora civil de Santarém afirmou que fazia todo o sentido
proporcionar uma reflexão que envolva as várias entidades.
Na sua intervenção, Amândio Torres apelou a que o dinheiro disponível
para o sector florestal no Programa de Desenvolvimento Rural (Proder),
750 milhões de euros, seja investido na melhoria da gestão (com
implicações na protecção) e na expansão da área produtiva.
Sublinhando que o sector florestal é exportador, sendo a importação
residual, o presidente da AFN voltou a defender alterações às medidas
florestais do Proder, para que o país possa tirar proveito das verbas
disponíveis para melhorar a gestão e expandir a área de produção. Em
particular, referiu o facto de o país dispor de 2 milhões de hectares
abandonados "e que têm que ser aproveitados".
O presidente da AFN disse esperar que a avaliação intercalar do Proder
possa "abrir uma janela de oportunidades", nomeadamente criando um
plano de gestão florestal mais simplificado para efeitos de
investimento, diminuição da área mínima passível de investimento e
simplificação dos procedimentos burocráticos.
Amândio Torres referiu que a portaria publicada depois do conjunto de
propostas apresentado há um ano pela AFN trouxe já algumas melhorias,
mas, disse, é possível ir mais longe. No seu entender, é preciso não
esquecer que a maioria da propriedade é privada e que é na estrutura
minifundiária que se obtêm produtividades maiores.
No fórum que decorreu em Santarém ao longo de todo o dia foram
apresentados os planos distritais de defesa da floresta contra
incêndios de Castelo Branco, Faro e Santarém. Durante a tarde foram
abordados temas como o papel dos governos civis, da GNR e da
Autoridades Nacional de Protecção Civil e a proposta de Sistema de
Informação Geográfica do Ministério da Administração Interna.
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=484&id=72238&idSeccao=7811&Action=noticia

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