por Patrícia Flores
11 de Julho - 2012
O Grupo Vila Galé está a expandir e a investir no setor agropecuário
com a entrada nas áreas de plantação de pera rocha e de criação de
gado bovino, no Alentejo. Aliás, os investimentos nesta área atingem
já cerca de 25 milhões de euros. "O Proder está sem recursos", atira o
presidente Jorge Rebelo de Almeida, em declarações à VIDA RURAL.
Aliás, a burocracia associada a inúmeras dificuldades administrativas
e a escassez de meios financeiros são, para o responsável, as
principais dificuldades dos produtores nacionais. Contudo a mesma
fonte acrescenta que "falta também uma grande melhoria no nível
profissional da agricultura, por parte dos investidores".
O grupo nacional entrou na área agrícola em 1999, com a aquisição de
cinco de herdades que totalizam 1620 hectares (ha) e arrancou com a
plantação de vinha, que atinge hoje 130 ha, e de olival com 150 ha.
Paralelamente, iniciou a criação de gado em pastagem e as culturas
cerealíferas tradicionais no Alentejo.
Em 2002 foi criada a Casa de Santa Vitória, que pertence 100% à Vila
Galé e produz vinhos e azeites, produtos que têm vindo "a alcançar
notoriedade e prestígio, quer no mercado interno, quer na exportação
como no Brasil, Polónia, Luxemburgo e França", como destaca Jorge
Rebelo de Almeida. Aliás, o vinho Casa de Santa Vitória ganhou,
recentemente, em São Paulo o prémio "Melhor Tinto do Velho Mundo".
O responsável acredita que estes negócios no setor agropecuário ligam
perfeitamente com a atividade que o grupo tem no setor hoteleiro. "O
objetivo, para além de diversificar negócios, é apostar numa área que
é fundamental para o desenvolvimento económico do país", afiança.
Rebelo de Almeida considera que "o Alentejo é uma região com um
potencial de crescimento enorme, onde para além das culturas
tradicionais, da vinha e do olival, há muitas oportunidades para os
produtos horto frutícolas". Com este investimento, o Grupo Vila Galé
gerou emprego direto na região: "Fixo na área agrícola e na Casa de
Santa Vitória, para além do recurso a prestadores de serviços, com um
peso muito significativo", especifica o entrevistado.
Os vinhos e o azeite Casa de Santa Vitória, bem como as carnes estão
já a ser distribuídos pela cadeia Pingo Doce.
Em 2011, foi criada a SV Frutas (Santa Vitória) em parceria com a
Sociedade Agrícola Quinta do Malpique de José Paulo Duarte, para a
produção de pera rocha, 15 ha já plantados nesta primeira fase, a qual
será distribuída pela Abrunhoeste e destinada essencialmente à
exportação.
Em parceria com um produtor espanhol Joan Catalã, o grupo plantou
também um campo experimental de frutas com 3,5 hectares, onde tem 13
espécies em avaliação. Além disso, o vinho de entrada da gama Versátil
é servido na TAP, com um volume superior a 250 mil garrafas, antecipa
o responsável.
A grande aposta é aumentar as exportações dos produtos da Casa de
Santa Vitória, vinhos que se iniciam no Versátil e terminam no
Inevitável (topo de gama), passando pelos Casa de Santa Vitória
Reserva, Touriga Nacional, Alicante, Boushet, Cabernet Sauvignon, com
grande destaque para os brancos, e para o azeite gourmet e, a partir
de agora também, para a pera rocha.
Mas será que os consumidores portugueses estão suficientemente
sensibilizados para comprarem produtos nacionais? "Começa a
registar-se uma tendência, para os portugueses reconhecerem que o
"nacional é bom"", acredita Rebelo de Almeida.
O presidente do grupo considera que "é hoje fundamental para a nossa
sobrevivência, na situação de emergência que atravessamos, um regresso
em força ao campo e às atividades agrícolas, com maior
profissionalismo, maior rigor e ambição". Acrescentando que o setor
agrícola caiu com a entrada de Portugal na União Europeia, gerando
desequilíbrio na nossa balança comercial.
http://www.vidarural.pt/news.aspx?menuid=8&eid=6557&bl=1
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