Em matéria de política florestal, o Ministério da Agricultura, do Mar,
do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT) evidencia ter uma
intervenção politicamente ambígua.
Por um lado, a Ministra justifica que, a criação do Instituto de
Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), resultante da fusão da
Autoridade Florestal Nacional (AFN) com o Instituto de Conservação da
Natureza e da Biodiversidade (ICNB), tem inerente a introdução da
"visão da conservação da natureza na floresta – o que significa juntar
a perspetiva da conservação e da biodiversidade com a perspetiva da
produção florestal...".
Por outro, com a recente proposta de alteração da regulamentação das
ações de florestação com espécies de rápido crescimento, em concreto
com eucalipto, com o objetivo simplista de reforçar o valor bruto das
exportações, o Ministério parece querer repescar uma iniciativa do
Estado Novo (campanha do trigo), ao mesmo tempo que, ao não assegurar
serviços de extensão rural, adota uma atitude facilitista, tão
característica do último decénio de governação do País.
Neste último caso, não considera o valor líquido das exportações, ou
seja, não entra em linha de conta com o passivo resultante da
depreciação ou destruição de recursos naturais, da conservação da
Natureza e da biodiversidade, remetendo para as gerações futuras os
impactos negativos da sua iniciativa. Esta é, aliás, uma atitude que
evidencia contrariar os princípios de desenvolvimento sustentável que
Portugal assumiu internacionalmente respeitar.
Lisboa, 13 de julho de 2012
A Direção da Acréscimo
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/07/13d.htm
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