quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Agricultor não encontra explicação para "a doença das galinhas"

Publicado às 13.06

TEIXEIRA CORREIA

No pequeno lugar do Aipo, freguesia de Alcaria Ruiva (Mértola),
ninguém consegue encontrar explicação para "a doença das galinhas do
campo" de José dos Santos Revez, em cujo galinheiro e terreno
adjacente foi descoberto no final do passado mês de novembro o vírus
H7, uma estirpe da gripe aviária.


foto TEIXIERA CORREIA/JN
José Revez "em choque" com a notícia


O lugar fica no vértice de Beja, Mértola, Castro Verde, a cerca de 20
quilómetros de cada uma das localidades e na zona foi estabelecido um
perímetro de restrição de um quilómetro em torno da zona afetada.

No monte onde em permanência habitam menos de 20 pessoas, na sua
maioria idosos, e que é hoje o alvo das atenções da comunicação
social, um rastreio de rotina, feita pelos técnicos municipais da
Câmara de Mértola levou à descoberta do vírus numa das aves.

Após a descoberta técnicos da Direcção-Geral de Alimentação e
Veterinária (DGAV), procederam à morte e incineração de 63 aves, que
se encontravam na capoeira de José Revez.

"Foi um choque, as galinhas que criamos é para nosso consumo. Os
bichos fazem parte do nosso dia-a-dia" disse ao JN, visivelmente
agastado, o agricultor.

Segundo José Revez, foi "numa visita de rotina" que os técnicos
municipais "tiraram sangue às aves" e dias depois recebeu "a estúpida
notícia", acrescentando que "nunca houve um problema" na zona com
aves, lembrando que até a brucelose nos ovinos e bovinos "está
erradicada da zona" concluiu.

Para o agricultor "resta esperar pela desinfeção", a ser feita na
próxima semana pela DGAV, para "voltar a criar e a comer galinhas do
campo" rematou.

Em resposta à manchete do "Jornal de Notícias" desta quinta-feira, o
diretor-geral de saúde já veio a público desvalorizar a descoberta do
vírus, garantindo que o mesmo "é pouco perigoso", mas que já teve como
consequência a proibição da exportação de aves de Portugal para Hong
Kong.

Francisco George justificou que o vírus H7 detetado nas aves no lugar
do Aipo, é de "baixa patogenicidade" acrescentando que em Portugal
"não há nenhum sinal de infeção" em seres humanos.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Beja&Concelho=M%E9rtola&Option=Interior&content_id=3570850&page=-1

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