28 de Novembro, 2013
A Argélia é um país de oportunidades para as empresas portuguesas do
setor agro-alimentar e florestal, garantiu hoje à Lusa a ministra da
Agricultura, que assinou, neste país, quatro protocolos para facilitar
as exportações.
"Entre ontem [quarta-feira] e hoje, foi possível ter avanços muito
significativos, quer do ponto de vista político quer do ponto de vista
empresarial, nas relações entre as empresas portuguesas e argelinas",
disse à Lusa Assunção Cristas a partir de Argel.
De acordo com a ministra, os dois governos assinaram hoje quatro
protocolos de cooperação -- um protocolo 'chapéu' e três específicos
(no domínio veterinário e de saúde animal, no da saúde vegetal e no do
domínio das florestas) - que constituem "uma base de trabalho para
facilitar a vida às empresas portuguesas, as que querem começar a
trabalhar na Argélia e as que já lá estão".
A ministra, que teve hoje uma reunião bilateral com o ministro
argelino do setor e abriu o Fórum Agro-alimentar, a decorrer em Argel,
adiantou que "a missão já se revelou um sucesso".
Da conversa com o seu homólogo, Assunção Cristas destacou a vontade
dos argelinos em aproveitar a cooperação com Portugal.
"Nas palavras do senhor ministro, a Argélia tem os meios financeiros,
tem dinheiro, quer desenvolver o sector agrícola, agro-alimentar e
florestal, e Portugal tem o conhecimento, tem o 'know-how', tem as
empresas com experiência e com sofisticação", afirmou, acrescentando
que o objectivo é desenvolver "um trabalho conjunto muito profícuo e
muito lucrativo para os dois países".
Por isso, adiantou, "foi feito um convite para o ministro argelino ir
a Portugal em momento oportuno e ele já aceitou".
A ministra da Agricultura iniciou a visita à Argélia na terça-feira,
tendo sido acompanhada de uma comitiva de 13 empresários portugueses à
procura de novos mercados para os produtos agrícolas e pecuários
nacionais.
O pretexto para a missão empresarial é a reunião dos 5+5, que junta os
países do Mediterrâneo europeus (França, Itália, Portugal, Espanha e
Malta), aos da margem sul (Argélia, Líbia, Mauritânia, Marrocos e
Tunísia), disse a ministra à Lusa.
"Do ponto de vista empresarial, também há boas notícias", sublinhou
Assunção Cristas.
"Já tivemos notícias de muito bons contactos e de contratos assinados
entre empresas portuguesas e argelinas de centenas de milhões de
euros", referiu, exemplificando com um acordo para "construção e
projecto chave na mão para quatro matadouros e uma rede de frio" e com
outro de adjudicação a uma empresa portuguesa de três plataformas
logísticas.
Referindo que, actualmente, as exportações portuguesas para a Argélia
no sector agro-alimentar e florestal valem 50 milhões de euros, a
ministra sublinhou que o objectivo é apostar mais no sector alimentar.
"Aquilo que senti aqui é que não só há grande interesse pelos nossos
produtos como também na prestação de serviços ao nível da consultoria
e da agricultura, ao nível da irrigação e, no fundo, em tudo aquilo
que é necessário para ter uma exploração agrícola e uma exploração
agro-industrial a funcionar bem", disse.
Por outro lado, Portugal também pode ser alvo de investimentos argelinos.
"Em 2012, [a Argélia] não exportou nada [para Portugal na área
agro-alimentar] e, portanto, pode haver interesse em conhecer melhor
as potencialidades do mercado português enquanto destino de
exportações", admitiu Assunção Cristas, adiantando que "há muitíssimas
oportunidades".
Lusa/SOL
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=93559
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