Novo centro logístico está a ser construído em Alijó com a mais
moderna tecnologia. No verão concluiu uma adega, em que aplicou seis
milhões
Jorge Dias é diretor geral da Gran Cruz
Duarte Silva
30/11/2013 | 00:00 | Dinheiro Vivo
O grupo Gran Cruz, que vende, anualmente, 25 milhões de garrafas de
vinho do Porto, Madeira e Douro em mais de 50 países, está a investir
14 milhões de euros no Douro. Seis milhões foram aplicados num novo
centro de vinificação em Alijó, que, embora não tenha ainda sido
formalmente inaugurado, esteve já operacional na recente vindima. Em
construção está ainda um centro logístico de armazenamento, também em
Alijó, que estará pronto em junho do próximo ano e que corresponde a
um investimento acrescido de oito milhões de euros.
A nova adega tem uma capacidade de vinificação de cerca de nove mil
pipas,das quais seis mil de vinho do Porto. O que corresponde a apenas
20% das necessidades anuais do grupo. Sem vinhas próprias - o grupo
Martiniquaise, proprietário da Gran Cruz, vendeu há anos a única que
tinha no Douro - as compras médias das empresas da Gran Cruz situam-se
entre 30 a 32 mil pipas. "Produzimos nas adegas próprias e alugadas
cerca de 50% disto - compram uvas a 3.600 viticultores - e os
restantes 50% é vinho que adquirimos a adegas e outros produtores da
região", explicou ao Dinheiro Vivo o diretor geral da Gran Cruz, Jorge
Dias.
O grupo é composto por sete empresas - a Gran Cruz, a que mais exporta
vinho do Porto para todo o mundo com 10 milhões de garrafas anuais, a
Companhia União de Vinho Porto e Madeira, a C da Silva e a Gran Cruz
Turismo, em vila nova de Gaia; a Vale de S. Martinho, no Douro, e a
Justinos e a Henriques e Henriques na Madeira - e tem uma faturação
anual consolidada de 70 milhões de euros. O vinho Madeira corresponde
a 28 milhões de garrafas vendidas por ano.
A nova adega estará apetrechada com a ultima tecnologia disponível no
sector. "Vamos fazer a analise bago a bago por infravermelhos. No
fundo, é escolher o 'creme de lá creme'. Será a primeira vez que, em
grande escala, se põe aquilo que de melhor se faz em pequenas
boutiques", explica Jorge Dias.
Diminuir o peso dos mercados francófonos é uma das grandes apostas do
grupo. Neste reforço do seu processo de internacionalização, a Gran
Cruz tem vindo a apostar crescentemente em mercados como Espanha,
Rússia (em que se assume como líder de mercado), Alemanha, Estados
Unidos e Canadá. A China tem sido, também, uma prioridade.
Hoje as categorias especiais de vinho do Porto valem 40% em valor mas
não vão além dos 20% em volume no total do grupo. A cinco anos, Jorge
Dias estima que as suas empresas estejam a vender menos vinho do Porto
e mais vinho do Douro - "todas as empresas vão decair no vinho do
Porto", assegura - mas sublinha que espera reforçar o peso das
categorias especiais no seu portfólio.
E não esconde que a vontade de adquirir uma propriedade no Douro faz
parte dos seus planos. A questão é quando. "Sim, claro que não faltam
propriedades no Douro, falta é encontrar a propriedade certa", frisa.
Aos durienses que temem pelo futuro, garante: "Os comerciantes nunca
serão auto-suficientes. Pelo menos, não as grandes empresas, que fazem
80% do volume total de vinho do Porto".
http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO298004.html?page=0
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