Ambiente
por ENA
(Agência de Energia e Ambiente da Arrábida)
Segundo estimativas recentes a agropecuária é a maior consumidora de
água do planeta, cerca de 70% dos recursos hídricos disponíveis
actualmente são destinados à irrigação, contra apenas 20% para a
indústria e 10 % para abastecimento da população (higiene e consumo
direto).
Nos países desenvolvidos, a percentagem de irrigação é ainda maior,
chegando nalguns casos próximo dos 80%.
Uma pessoa adulta precisa em média de 4 litros de água por dia para
beber, mas para produzir o seu alimento diário, são necessários de 2 a
5 mil litros.
Estima-se que em Portugal, a utilização da água seja aproximadamente
de 52 m3/pessoa/ano, variando a capitação diária regional entre 130
litros nos Açores e mais de 290 litros no Algarve (dados: WWF
Portugal).
O consumo efetivo de água duma sociedade é bastante superior, devido
aos restantes usos, particularmente a agricultura de regadio que em
Portugal, como na maior parte dos países mediterrânicos, representa
mais de 2/3 do consumo total de água, aos quais se juntam naturalmente
os usos industriais e energéticos.
Portugal ocupa o 6º lugar do ranking mundial da pegada da água, entre
151 países, com 2.260 m3/pessoa/ano – o equivalente ao conteúdo duma
piscina olímpica.
Está em fase de discussão pública o PNUEA – Programa Nacional para o
uso eficiente da água, e no que diz respeito ao sector agrícola, são
objectivos estratégicos a:
- Redução de perdas de água nos sistemas de condução de água para
rega e das dotações brutas de rega;
- Articulação global das receitas associadas aos tarifários e o custo
real da água, com ênfase nos volumes utilizados.
Com o intuito de aumentar a eficiência global dos sistemas de rega,
são definidos objectivos específicos:
- Melhoria da qualidade dos projectos de captação, exploração, rega, etc;
- Redução de perdas de água no armazenamento, transporte e distribuição;
- Redução das perdas ao nível da rega.
Num quadro de dificuldades de acesso aos recursos hídricos, é de todo
importante alterar comportamentos e fomentar um uso mais racional e
eficiente deste bem escasso que é a água, por exemplo:
- Opte por culturas menos exigentes em água e melhor adaptadas a
situações de seca;
- Ajuste, diminuindo, as áreas efectivamente regadas;
- Sempre que a cultura o admita, mantenha a cobertura do solo de modo
a diminuir perdas de água por evaporação do solo;
- Evite regar quando a velocidade do vento ultrapasse os 20 km/h e a
direcção do vento for paralela ao deslocamento do seu equipamento de
rega;
- Programe a rega tendo em conta o tarifário energético mais económico;
- Adeqúe a frequência de rega ao tipo de solo;
- Diminua o mais possível a altura do aspersor em relação à cultura;
- Utilize práticas agronómicas que promovam a retenção da água;
- Faça periodicamente a manutenção do seu equipamento de rega.
Dizer que a água é um bem precioso, é um lugar-comum, mas é da
eficiencia do uso e gestão que cada um de nós faz deste recurso que
depende a sua preservação e viabilidade dos usos futuros fundamentais
à vida como a conhecemos.
ENA - 24-07-2012 09:59
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=17475
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