Publicado a 23 JUL 12 às 19:45
O secretário regional dos Assuntos Sociais na Madeira, Francisco
Jardim Ramos, afirmou hoje que, desde a noite de terça-feira, surgiram
na região 400 focos de incêndios e que apenas o das Achadas da Cruz se
mantém ativo, mas «controlado».
Numa conferência de imprensa ao final da tarde para fazer o balanço
das consequências dos fogos que deflagraram nos últimos dias na ilha
da Madeira, o governante salientou que as chamas danificaram 40 casas
habitadas, 15 das quais ficaram completamente destruídas, além de
outros 15 imóveis que se encontravam desabitados. Além disso, o
Instituto Português de Seguros informou que foram ativados até ao
momento 11 processos.
«Para apoiar as pessoas que não têm cobertura de seguro, o Governo
Regional vai ativar os programas PRIDE [apoio à recuperação de imóveis
degradados] e Prohabita [financiamento para acesso à habitação], tendo
sido contactado já o Governo central», informou Jardim Ramos.
O responsável salientou que existe ainda «uma bolsa de 50 habitações»
que estão sob tutela da Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) e
mais 14 fogos disponibilizados pelo Grupo Pestana que serão utilizados
de forma temporária e transitória, até as famílias que ficaram
desalojadas terem a sua situação habitacional definida.
«O IHM vai assumir os encargos com as ligações do gás, água e energia
desses fogos para que o realojamento das pessoas se faça o mais
rapidamente possível», explicou.
O responsável anunciou que a partir de terça-feira será «intensificada
a ação de vigilância e limpeza, com o apoio das Forças Armadas», dos
locais afetados pelos incêndios e que também estão no terreno equipas
mistas de assistentes sociais e psicólogos para apoiarem as pessoas
que passaram por essas situações «traumáticas».
O secretário regional destacou igualmente o «trabalho extenuante» das
forças e entidades envolvidas no combate aos incêndios, bem como dos
voluntários, apelando às pessoas que estejam vigilantes e ativem o 112
se eventualmente observarem alguém a fazer fogo, visto que neste
momento essa situação «está completamente proibida», ou denotem algum
cenário suspeito.
Jardim Ramos mencionou ainda, no que diz respeito a desalojados, que
«existem várias famílias que estão com familiares ou amigos, estando
neste momento seis nas instalações do Regimento de Guarnição n.º 3 do
Funchal».
Segundo o governante, as equipas estiveram hoje a trabalhar para
inventariar cada caso e ver que tipologia de habitação atribuir a cada
uma delas. «As ligações de água, luz e gás serão efetuadas
terça-feira», apontou.
«Um dos objetivos é que as famílias fiquem o mais próximo possível das
suas habitações», realçou.
Ainda sobre as casas destruídas, enunciou que no Funchal uma casa
ficou totalmente danificada e outras duas parcialmente, sendo as
restantes nos outros concelhos, sobretudo Santa Cruz.
No que se refere ao incêndio ainda ativo nas Achadas da Cruz, no
concelho do Porto Moniz, estão no local 70 homens e seis viaturas,
meios que, somados aos que se encontram nos outros focos em fase de
rescaldo, perfazem um dispositivo total de 110 homens e 13 viaturas no
terreno, disse à Lusa o presidente do Serviço Regional de Proteção
Civil, Luis Neri.
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Vida/Interior.aspx?content_id=2682538&page=-1
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