Lusa
29 Jul, 2012, 17:26
O Inspetor Geral da ASAE disse hoje que a Direção Geral de Veterinária
deixou de pedir amostras para controlar os alimentos, mas que as ações
de fiscalização aos produtos vendidos diretamente ao público se
mantêm.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) "tem vindo a
desenvolver a sua atividade no corrente ano exatamente nos mesmos
moldes que fez nos anos anteriores", afirmou à Lusa o inspetor geral
António Nunes, lembrando que a ASAE é responsável por fiscalizar os
produtos manipulados que são diretamente vendidos ao público.
Os inspetores daquela polícia analisam os alimentos "como
hambúrgueres, chouriço, carne picada, leite ou ovos que estão nos
pontos de venda", para verificar se as normas de higiene e segurança
alimentar estão a ser cumpridas.
Já os alimentos na sua origem, como por exemplo a carne num matadouro,
parecem não estar a ser controlados: "O que falta fazer é controlar
alguns produtos que são colocados no mercado antes de serem
comercializados", admitiu António Nunes.
Essa é uma responsabilidade da Direção Geral de Alimentação e
Veterinária (DGAV), que costumava pedir apoio à ASAE para recolher as
amostras dos alimentos para análise.
No entanto, a DGVA deixou de pedir esse trabalho e a ASAE deixou de
fazer recolhas "desde o final do primeiro trimestre do ano", disse o
inspetor geral.
Ou seja, segundo explicou António Nunes, os alimentos que são vendidos
ao público são controlados pela ASAE, mas desde abril que deixaram de
ser controlados os alimentos na sua origem, antes de serem
modificados.
A informação de que existe falta de controlo aos alimentos, da
responsabilidade da DGAV foi avançada na edição de hoje do Jornal de
Notícias.
Em Portugal os alimentos são controlados e fiscalizados através de
dois grandes planos: o Plano Nacional de Resíduos, que é da
responsabilidade da DGAV, organismo que está sob a tutela do
Ministério da Agricultura e Ordenamento do Território (MAMAOT), e o
Plano Nacional de Colheita de Amostra, da responsabilidade da ASAE,
que responde perante o Ministério da Economia.
"O Plano Nacional de Controle de Resíduos analisa os alimentos na
origem, e pesquisa, por exemplo, a presença de antibióticos ou
anti-inflamatórios", explicou António Nunes, admitindo que os seus
funcionários não têm vindo a colaborar neste plano "por questões que
competem à DGAV".
António Nunes sublinha que apesar da contenção exigida aos organismos
públicos, o trabalho da ASAE não diminuiu: "As ações de fiscalização
do cumprimento das normas alimentares dos produtores e dos postos de
venda estão a ser desenvolvidas. Desde controlar os supermercados, os
restaurantes, as feiras, os mercados, a aquicultura, os produtos da
pesca, os ovos, o leite a ir às fábricas e verificar se todos os
cumprimentos de segurança alimentar estão a ser executados nós temos
vindo a fazer".
A Lusa contactou o gabinete de imprensa do MAMAOT que não respondeu
até ao momento.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=574829&tm=2&layout=121&visual=49
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