Primeiro Emprego
O comendador Leonel Cameirinha, empresário há 60 anos em Beja nos
ramos automóvel e hoteleiro, dedicou-se à agricultura em 1998. Da
propriedade, gerida pelo neto, sai vinho e azeite para todo o Mundo
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Por:Carlos Pinto
Leonel Cameirinha sempre esteve ligado ao sector automóvel, à
indústria e à hotelaria, mas nunca escondeu a sua paixão pela terra e
pela agricultura. Um amor que o empresário e comendador de Beja, onde
nasceu há 86 anos, conseguiu tornar realidade em 1998, quando adquiriu
a Herdade do Monte Novo e Figueirinha, propriedade a escassos
quilómetros de Beja de onde saem, desde 2003, vinhos e azeites de alta
qualidade para os quatro cantos do Mundo.
"Nada disto estava previsto e, se nos perguntassem se há 14 anos
pensávamos que íamos ter este projecto, talvez disséssemos que não.
Mas as coisas têm estado a correr bem, o projecto está a andar a
passos largos e acho que temos superado as expectativas", revela o
neto Filipe Cameirinha Ramos, que aos 35 anos gere a Sociedade
Agrícola do Monte Novo e Figueirinha ao lado do avô Leonel.
Adquirida a propriedade, a adega surgiu em 2003 e o lagar três anos
depois para aproveitar os 70 hectares de vinha e mais 170 de olival.
Ao todo, o grupo Cameirinha já investiu cerca de 15 milhões de euros
na Herdade do Monte Novo e Figueirinha, que dá trabalho a mais de três
dezenas de pessoas.
"Todos os anos, dizemos que temos de parar para consolidar o
investimento, mas neste momento temos previsto um projecto para
plantarmos mais 60 hectares de olival. Basta cá chegar a água do
Alqueva", adianta Filipe Cameirinha Ramos.
Em 2011, a sociedade agrícola registou um volume de negócios de 2,3
milhões de euros e produziu perto de 750 mil garrafas de vinho e cerca
de 650 mil de azeite, números que deverão aumentar este ano, tal como
as exportações.
"Temos um cliente muito forte em Portugal, que é o grupo Jerónimo
Martins, tanto a nível de vinho como de azeite. E nas exportações
julgo que este ano já vamos superar os 50 por cento da nossa
produção", admite Filipe Cameirinha Ramos, que acrescenta: "Estamos a
exportar vinho e azeite para Angola, Brasil, Estados Unidos e China.
Também temos outros mercados e, neste momento, estamos preparados para
começar a trabalhar na Tailândia e no Canadá. E depois mandamos para
toda a Europa de uma maneira geral, assim como para Singapura e as
Filipinas."
O sucesso dos vinhos e azeites Cameirinha, segundo o jovem empresário,
deve-se à extrema preocupação do produtor com os desejos do consumidor
final. "No grupo, temos uma maneira de pensar que é a de que 'quem
manda é sempre o cliente'. E neste momento estamos a fazer vinhos e
azeites para irem ao encontro do consumidor. Por exemplo, estamos a
fazer vinhos específicos para os mercados angolano e brasileiro. Ou
seja, temos uma forma de trabalhar diferente para cada um dos nossos
clientes e não deixamos sair daqui um que seja sem levar o que quer",
justifica.
Com a época das vindimas a aproximar-se, o empresário espera um bom
ano de produção para o vinho, assim como para o azeite, onde o grupo
conseguiu a proeza de ganhar por duas vezes o conceituado concurso
internacional 'Mário Solinas', caso inédito em todo o Mundo.
"Foram prémios muito importantes para a nossa empresa", reconhece.
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx?contentID=1B8D396B-C395-4E9D-9D8F-624F39B9A6F9&channelID=00000011-0000-0000-0000-000000000011
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