Quarta-feira, 04 de Dezembro de 2013
Um grupo de cientistas argentinos descobriu uma forma de obter gás
natural através dos gases emitidos pelas vacas durante o processo de
digestão. O objetivo é controlar o efeito estufa do planeta e gerar
energia limpa.
Se pensava que os bovinos serviam apenas de alimento ou para a
agricultura desengane-se. Afinal as vacas também podem ser ajudar a
travar o aquecimento global do planeta.
Um relatório recente da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO) revela que as emissões dos gases de
estufa do setor da pecuária poderiam ser reduzidos para 30% se
houvesse uma melhor utilização das tecnologias existentes.
Ao todo, os gases associados às cadeias de fornecimento de gado
representam 14,5% das emissões dos gases de efeito de estufa emitidos
para a atmosfera. As principais fontes de emissão são na produção e
processamento de alimento dos bovinos, durante a digestão feita pelos
animais e quando ocorre a decomposição.
Ren Wang, assistente do diretor geral da FAO, explica que é
"imperativo que o setor comece a trabalhar agora para alcançar as
reduções dos gases, de forma a ajudar a compensar os aumentos de
emissões globais que o crescimento da produção de gado vai acarretar".
Mas agora, um grupo de cientistas está a tentar implementar um sistema
inovador que promete revolucionar a indústria da pecuária. O Instituto
Nacional de Agricultura e Tecnologia da Argentina (INTA) desenvolveu
uma forma que permite transformar os gases de efeito de estufa
libertados pelos bovinos em gás natural.
Uma vaca é suficiente para dar energia a um frigorífico
De acordo com a Reuters, através do uso de válvulas, bombas e tubos
ligados ao estômago do animal é possível canalizar os gases digestivos
para um pequeno tanque colocado no dorso do mesmo.
Os gases, vulgarmente chamados de "arrotos", são depois processados
para separar o metano dos outros gases como o dióxido de carbono. O
metano é o principal componente do gás natural, usado na alimentação
de plantas ou no abastecimento de automóveis. "Uma vez feita a sua
compressão, é o mesmo que ter gás natural", refere Guillermo Berra,
investigador do INTA, em declarações à Reuters.
Cada cabeça de gado emite entre 250 e 300 litros de metano puro por
dia, energia suficiente para manter um frigorífico a funcionar por 24
horas.
Guillermo Berra explica ainda que, atualmente o metano como fonte de
energia não é muito prático mas se "olharmos para 2050, quando as
reservas de combustíveis fósseis estiverem com problemas, é uma
alternativa".
http://boasnoticias.sapo.pt/noticias_arrotos-de-vacas-transformados-em-gas-natural_18027.html?page=0
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