quinta-feira, 10 de maio de 2012

Cortiça portuguesa em destaque na Serpentine Gallery em Londres

Projecto de Herzog & de Meuron e Ai Weiwei

08.05.2012 - 09:38 Por Cláudia Carvalho
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Imagem do projecto da colaboração entre Ai Weiwei e a dupla Herzog &
de Meuron (DR)
A escolha foi da conhecida dupla de arquitectos suíça Herzog & de
Meuron, que assina o projecto temporário de arquitectura em conjunto
com o controverso artista plástico chinês Ai Weiwei. Por quatro meses
e meio, o pavilhão de Verão deste ano da Serpentine Gallery exibirá em
Londres um produto muito português: a cortiça.


Por enquanto, são conhecidos poucos pormenores do projecto, a primeira
colaboração entre Ai Weiwei e a dupla Herzog & de Meuron desde o
estádio nacional de Pequim, conhecido como o "Ninho de Pássaro",
projectado há quatro anos. Mas é certo que a cortiça será o material
fundamental da intervenção, disse ontem ao PÚBLICO um representante da
Corticeira Amorim (CA), fornecedora do produto.

"Soubemos há pouco tempo, foi uma escolha dos arquitectos", disse
Carlos Jesus, director de Marketing e Comunicação da CA, explicando
que o projecto, que inaugura a 1 de Junho, vai utilizar dois tipos
diferentes de cortiça, uma para a estrutura e outra para mobiliário, a
construir em Portugal. "Isto é extremamente positivo para Portugal.
Além de nos colocar num nível de visibilidade e exigência estética e
arquitectónica muito alto, vai permitir que mostremos tudo o que se
pode fazer com a cortiça", continuou este responsável, acrescentando
que a empresa portuguesa ficará ainda encarregue do apoio e
consultadoria durante a construção do pavilhão.

Segundo já anunciado pela Serpentine, o pavilhão deste Verão
proporcionará uma viagem aos projectos dos anos anteriores. "Seguindo
uma abordagem arqueológica, os arquitectos criaram um design que vai
inspirar os visitantes a olhar para baixo da superfície do parque
assim como a olhar para trás no tempo através dos fantasmas das
estruturas antigas", lia-se no comunicado da galeria londrina, que
explicava que através da recuperação dos vestígios de intervenções de
outros anos, vão ser construídas doze colunas, uma para cada edição.
Apoiarão uma plataforma flutuante, a 1,5 metros acima do chão.

A cortiça surge como o elemento estruturante da obra por ser, segundo
os arquitectos, um "material natural, com fortes mais-valias aos
níveis do tacto e do olfacto, de grande versatilidade, permitindo ser
facilmente esculpido, cortado, moldado e formado".

Em comunicado, António Rios de Amorim, presidente da CA, escreve que
esta "é uma oportunidade ímpar de demonstrar ao mundo que a cortiça
não é apenas um produto único, criado pela natureza, mas também um
material tecnologicamente relevante para o século XXI". Carlos Jesus
não tem dúvidas de que para esta aposta terá contribuído o sucesso do
Pavilhão de Portugal na Expo 2010, em Xangai. "O pavilhão, todo
revestido com cortiça, foi um dos mais visitados e acabou premiado",
disse Jesus, explicando que desde então a empresa se tem dedicado
também a promover "estas particularidades técnicas".

O projecto do pavilhão para a Serpentine começou em 2000, acolhendo
todos os anos no Verão, no Hyde Park, intervenções de alguns dos
arquitectos mais conhecidos no mundo. Ai Weiwei e Herzog & de Meuron
sucedem a Peter Zumthor, Oscar Niemeyer, Rem Koolhaas, Zaha Hadid,
Frank Gehry e Jean Nouvel. Em 2005, Álvaro Siza e Souto de Moura
assinaram o projecto em conjunto.

http://www.publico.pt/Cultura/cortica-portuguesa-em-destaque-na-serpentine-gallery-em-londres-1545148

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