sexta-feira, 11 de maio de 2012

Um branco de 208 castas

Vinho

A crónica semanal do especialista da VISÃO, José António Salvador
0:00 Sexta feira, 11 de Mai de 2012

Grande fatia dos melhores vinhos brancos portugueses são feitos de uma
só casta. Se percorrermos o país desde o rio Minho ao rio Sado
encontramos brancos varietais de eleição: no vale do rio Minho temos
os Alvarinhos; e nos rios Lima e Cávado distinguem-se os brancos da
casta Loureiro.

Na "fronteira" entre as regiões dos Vinhos Verdes e do Douro fazem-se
brancos da casta Avesso. Com o Moscatel Galego ou a Códega de Larinho,
já na região do Vinho do Porto, vinificam-se excelentes brancos
varietais.


Prosseguindo a viagem pelo país vinícola, na Bairrada encontramos
brancos de Maria Gomes, casta que se designa por Fernão Pires no
Ribatejo e na Península de Setúbal. Ainda no centro do país, temos os
brancos da casta Encruzado no Dão e às portas de Lisboa os Arintos de
Bucelas.

O Roupeiro traça o caráter dos brancos alentejanos. E o Verdelho
dá-nos dos melhores vinhos Madeira e do mundo, sem que o chauvinismo
venha para aqui chamado.

Posto isto, chamo a atenção do leitor para um vinho branco contra a
corrente, o "208 castas" da Colecção Privada Domingos Soares Franco da
José Maria da Fonseca. Esta empresa, sediada em Vila Nogueira de
Azeitão, com uma extensa área de vinha na região de Setúbal, dispõe de
um campo ampelográfico com mais de 500 castas na Quinta de Camarate. É
uma verdadeira Arca de Noé da viticultura e de onde o enólogo recolheu
uvas para este branco excecional da colheita de 2010 perfumado e
harmonioso nos sabores longos e frescos.

http://visao.sapo.pt/um-branco-de-208-castas=f663285#ixzz1ua92YVUN

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