sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pingo Doce abandona descontos de 50%, mas continuará com “política agressiva”

Retalho

10.05.2012 - 07:38 Por PÚBLICO, Lusa
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Alexandre Soares dos Santos garante que não houve "dumping"
(Foto: PÚBLICO)
O presidente do conselho de administração do grupo Jerónimo Martins
assegurou na quarta-feira que não vão repetir-se nos supermercados
Pingo Doce campanhas promocionais como a do 1.º de Maio, que se pautou
por 50% de desconto para compras superiores a 100 euros, mas admitiu
que vai "continuar uma política agressiva" de vendas.

"Não queremos perder vendas (...). A prioridade é a venda, não é o
lucro", justificou, em entrevista à SIC Notícias, Alexandre Soares dos
Santos, chairman do grupo proprietário da cadeia Pingo Doce.


Soares dos Santos – que afirmara não ter tido conhecimento antecipado
desta campanha agressiva de descontos – adiantou que a campanha levada
a cabo no feriado do Dia do Trabalhador destinou-se a recuperar
"vendas perdidas" e rendeu 25 a 27 milhões de euros.

Contudo, frisou que o grupo "não vai repetir este tipo de promoções",
com o argumento de que são caras.

Um dia depois da campanha, a Jerónimo Martins assegurara que a "acção
comercial" era uma das iniciativas do género previstas para este ano.

Confrontado com as declarações recentes da ministra da Agricultura, a
propósito do caso, Soares dos Santos questionou quais são os
"fornecedores que se queixam de que a Jerónimo Martins deu cabo
deles".

Assunção Cristas disse no sábado que seria preciso legislar para
regular a relação contratual entre produtores e distribuidores,
considerando "inadmissível" que descontos como os promovidos pelo
Pingo Doce no feriado do 1.º de Maio sejam "imputados" aos produtores.
Na quarta-feira, a maioria PSD-CDS no Parlamento rejeitou os
requerimentos do Bloco de Esquerda e do PCP para que fossem ouvidos na
Assembleia da República o ministro da Economia e a da Agricultura, a
propósito deste assunto.

O presidente do grupo Jerónimo Martins alegou que na campanha não
houve prática de "dumping" (venda a preço inferior ao do custo),
embora tenha admitido que possa ter havido "um ou outro preço errado"
em 16.000 referências de produtos.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) concluiu ter
havido ilegalidades na campanha promocional do Pingo Doce e entregou o
processo à Autoridade da Concorrência.

O Pingo Doce optou por abrir as lojas no feriado do Dia do Trabalhador
e deu descontos de 50% aos clientes que faziam compras superiores a
100 euros. A acção promocional gerou uma autêntica corrida às lojas
desta cadeia, provocando, nalguns casos, desacatos e agressões, que
levaram à intervenção da PSP, que registou 40 ocorrências em Lisboa e
no Porto, com dois feridos ligeiros.

http://economia.publico.pt/Noticia/pingo-doce-abandona-descontos-de-50-mas-continuara-com-politica-agressiva-1545433

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