Fornecedores do Pingo Doce de produtos agrícolas não foram contactados
para pagarem custos da campanha promocional do 1º de maio
Agricultores não foram contactados
Orlando Almeida
08/05/2012 | 14:54 | Dinheiro Vivo
Os associados da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) não
foram contactados pelo Pingo Doce por forma a contribuírem para a
campanha promovida pelo Pingo Doce no passado 1º de maio.
De acordo com o presidente da CAP, João Machado "nenhum dos nossos
associados que é fornecedor do Pingo Doce foi contactado para
participar nesta campanha".
Acrescenta ainda não ter "conhecimento de contratos que visem este
tipo de campanhas", salientando que sabe existirem "cláusulas
contratuais com margem mínima para estas situações, mas apenas para
empresas industriais, não para a agricultura".
O Dinheiro Vivo contactou também com a Associação dos Industriais de
Laticínios (ANIL), cujo presidente Pedro Pimentel afirmou que "até ao
momento não foi contactado nenhum associado para renegociar contrato",
para participar na campanha promocional que garantia 50% de desconto
em compras superiores a 100 euros.
O mesmo afirmou Domingos dos Santos, da Federação Nacional das
Organizações de Produtores de Frutos e Hortícolas.
Estas afirmações contrariam em parte, pelo menos para estes setores
hortícolas, frutícola e laticínios, as conclusões da diretora-geral da
Centromarca Beatriz Imperiatori, que afirmou ao Diário Económico ter
"alguns indícios que esta tentativa [repercutir o custo nos
fornecedores] estará a ser feita pelo Pingo Doce".
O mesmo jornal avança que fontes do setor das bebidas confirmam que "a
promoção decidida de forma unilateral pelo Pingo Doce, será paga pelos
fornecedores".
A estas acusações o Pingo Doce respondeu que não estão "a repercutir o
investimento que fizemos na ação do 1º de maio nos fornecedores",
admitindo que o Pingo Doce "trabalha com mais de dois mil fornecedores
e alguns estão alinhados com o reforço de competitividade que o Pingo
Doce está a fazer".
Recorde-se que a campanha de descontos de 50% para compras acima dos
100 euros, no 1º de maio teve como principal objetivo, de acordo com o
grupo Jerónimo Martins, combater a descida das vendas verificadas no
primeiro trimestre do ano.
http://www.dinheirovivo.pt/Empresas/Artigo/CIECO044919.html?page=0
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