quarta-feira, 2 de maio de 2012

Jovens portugueses comem mais fruta e fumam menos

ESTUDO

por LusaHoje


Fotografia © Amin Chaar/arquivo DN
Os adolescentes portugueses estão entre os europeus que mais tomam
pequeno-almoço, mais fruta consomem e menos fumam, mas sentem mais
stress com os trabalhos da escola, praticam pouco exercício e
apresentam mais excesso de peso, concluiu um estudo.

O trabalho internacional sobre o comportamento na saúde das crianças e
adolescentes (com a sigla em inglês HBSC), que reúne dados de 200 mil
jovens de 40 países da Europa, Israel, EUA e Canadá e é hoje
apresentado, refere a necessidade de analisar as desigualdades para
que os jovens tenham oportunidade de maximizar a sua saúde e bem-estar
no presente e no futuro.

Esta questão é referida como importante para que "as desigualdades
identificadas não se estendam à idade adulta, com todas as
consequências negativas na vida humana" e no desenvolvimento da
sociedade.
"Os programas de promoção da saúde devem ser sensíveis à idade, genéro
e diferenças socio-económicas nas trajetórias de vida dos adolescentes
e devem tentar dar oportunidades iguais a todos", conclui a
investigação, associada à Organização Mundial de Saúde.
"Na maior parte dos indicadores de saúde, estamos numa posição média,
alguns indicadores destacam-se pela positiva, outros pela negativa",
disse à agência Lusa a coordenadora do estudo em Portugal, Margarida
Gaspar de Matos.
O trabalho inclui vários indicadores de saúde relativos a lesões,
saúde oral, violência, relação com família, bem-estar ou amigos.
"Destaca-se pela positiva as questões do pequeno-almoço, pois somos
dos meninos que mais tomam pequeno-almoço na Europa, e do consumo de
fruta", salientou a professora da Faculdade de Motricidade Humana, da
Universitária Técnica.
Ao contrário, "somos piores no stress com os trabalhos da escola".
Os nossos adolescentes são "dos que mais têm a perceção de não serem
bons alunos. Têm a ideia de que os professores não os acham
competentes do ponto de vista escolar", explicou.
Margarida Gaspar de Matos avançou que "a prática de atividade física é
das mais baixas" e que as raparigas de 15 anos se destacam porque "têm
dos piores indicadores de todos os países".
Outra questão que aparece no estudo é o aumento do excesso de peso e
Portugal está acima da média, principalmente as meninas mais novas, de
11 anos, que estão em segundo lugar, com 20 por cento (%), depois das
norte-americanas, com 30%, mas acompanhadas de perto por jovens de
outros países europeus.
O problema da obesidade e excesso de peso nos jovens tem tido a
atenção dos especialistas, que alertam para o aumento dos casos em
Portugal.
"Tanto a questão da prática de atividade física, como a alimentação
saudável são dois focos de intervenção em termos políticos que temos
de ter em atenção", defendeu a coordenadora do trabalho.
Portugal está abaixo da média europeia no consumo de tabaco e tem
vindo a diminuir a sua incidência "de uma forma muito consistente"
entre os jovens de 11 a 16 anos desde 2002.
Esta área é considerada por Margarida Gaspar de Matos "um dossier
ganho", tal como o dossier da violência e da provocação em espaço
escolar, relativamente ao qual Portugal estava "mal situado" e agora
"está nos valores médios".
A especialista faz questão de referir que, "desde 2002, há vários
indicadores seguros de que a saúde dos jovens tem vindo a melhorar".
Contudo, Margarida Gaspar de Matos incentivou todos os que tenham essa
decisão na mão a "não descontinuar as medidas de intervenção em termos
de promoção da saúde nas escolas, nas autarquias e na comunidade",
realçando que os dados que melhoraram também podem piorar.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2452186&page=-1

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