Tiago Viegas, Brandia Central, comenta os projetos lei e a
recomendação da ERC sobre a proibição da publicidade a alimentos
hiper-calóricos
Tiago Viegas, da Brandia Central
D.R.
30/04/2012 | 18:10 | Dinheiro Vivo
Tiago Viegas não se mostra muito entusiasmado com os projetos de lei
do PS e de Os Verdes que visam a mudança do Código de Publicidade.
Com vista a combater a obesidade infantil, os projetos - em escalas
diferentes - propõem a proibição de publicidade a produtos com elevado
teor de sal, açúcar e gordura. A Entidade Reguladora para a
Comunicação Social (ERC) analisou os projetos e recomendou que se
estenda a proibição aos patrocínios, ajudas à produção e product
placement.
Propostas que o diretor criativo da Brandia Central comenta. "Que a
silly season só começava no Verão eu já sabia; o que eu não sabia é
que, antes da silly, vinha a idiotic season", começa por dizer. E
explica a reação. "É a única explicação que consigo encontrar para
alguém "querer proibir toda a publicidade a produtos alimentares" (que
audácia, quererem falar de água a menos de 5 km de uma escola cheia de
crianças impressionáveis e propensas a terem sede), tenham ou não
elevados teores de açúcar e afins substâncias que, com o tempo,
tenderão a deixar as crianças como eu (não, não é charmosas, é obesas
mesmo)", diz.
"Uma coisa é quererem (e muito bem) regular a comunicação de produtos
potencialmente perigosos para a saúde das crianças; outra coisa
completamente diferente é proibir por completo a publicidade, o
patrocínio e, quase, a simples existência de tudo o que se coma. Ou
beba", acrescenta o responsável criativo da agência de publicidade.
Tiago Viegas frisa que, mais do que uma preocupação profissional de
alguém que "terá menos trabalho se tal acontecer (até porque não terei
menos trabalho, terei apenas trabalho diferente)", esta é uma
"preocupação de cidadão", de alguém que "de repente, se vê a viver
numa sociedade puritana e atrasada mental (sem querer ofender os
atrasados mentais)". " Reparem que para isso tinha a) sido batizado e
b) nascido no séc. XVI, ambas as coisas que não fiz por opção (menos a
b)".
Quanto à proposta da ERC, "no meio da idiotice generalizada, tem o
mérito de, pelo menos, não ser mais idiota que as anteriores". E
deixa o desafio. "Uma vez que estão preocupados, que tal aproveitarem
o embalo e reverem a proibição indiscriminada da utilização de
crianças em produtos que não sejam claramente direcionados para os
targets mais jovens?".
http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO044087.html?page=0
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