Por Agência Lusa, publicado em 2 Maio 2012 - 19:00 | Actualizado há 58
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O dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) João Dinis
criticou hoje a "campanha esmagadora" dos supermercados Pingo Doce no
1.º de Maio, questionando quanto é que a cadeia "estará a ganhar
normalmente".
"Afinal se podem vender produtos – uma campanha esmagadora, de
milhares de toneladas de produtos - a metade do preço, afinal, quando
estão a vender normalmente, quanto é que estão a ganhar? É que há uma
lei que proíbe venda abaixo do custo ['dumping']", afirmou.
João Dinis falava numa conferência de imprensa na sede da CNA, em
Coimbra, para analisar a situação e perspetivas para a agricultura e
as promessas da ministra da Agricultura e a concentração nacional de
agricultores, marcada para sexta-feira em Lisboa.
O dirigente da CNA considerou que existe "uma ditadura comercial" das
grandes superfícies comerciais, caracterizando-as como "um Estado
dentro" do Estado.
"Percebemos perfeitamente o que os portugueses fizeram [ao aderirem à
referida campanha na terça-feira], as pessoas têm grandes
dificuldades, o problema é de quem deixa que isso se faça, que é
utilizar as dificuldades e o drama de centenas de milhares de famílias
portuguesas para jogar isto contra o próprio 1.º de Maio", sustentou.
Na perspetiva do membro da direção da CNA, esta campanha "podia ter
dado mau resultado" e "podia ter havido alguma tragédia dada a forma
como se estimulou a corrida às prateleiras".
"Decorreu essa campanha em manifesta falta de condições de segurança e
só por milagre é que não houve uma tragédia, dentro das grandes
superfícies e cá fora, e apesar da mobilização geral da polícia ao
serviço das grandes cadeias de superfícies comerciais", frisou.
Segundo João Dinis, a CNA integra uma plataforma que está a trabalhar
para que seja criado um conjunto de legislação que "evite os abusos
brutais e impunes que os donos das grandes cadeias de superfícies
comerciais mandam executar, ainda por cima, querendo-se fazer passar
por grandes consciências morais protetoras dos portugueses ou até
instituições de caridade".
Na terça-feira, Dia do Trabalhador, a cadeia de supermercados Pingo
Doce, do grupo Jerónimo Martins, promoveu uma campanha em que dava
descontos de 50 por cento a quem fizesse compras superiores a 100
euros.
http://www.ionline.pt/portugal/pingo-doce-cna-critica-campanha-esmagadora-questiona-ganhos-grupo-jm-nas-vendas-normais
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