domingo, 6 de maio de 2012

Vice-presidente da Comissão Europeia defende excedentes agrícolas para carenciados em visita ao Banco Alimentar

05.05.2012 15:57
PAÍS

A vice-presidente da Comissão Europeia, Viviane Reding, defendeu hoje
que os excedentes agrícolas devem ser distribuídos por pessoas
carenciadas em vez de destruídos e que os fundos sociais devem ir
diretamente para os cidadãos com necessidades. Algumas Instituições
de solidariedade social queixam-se de ainda não terem recebido as
verbas doadas pelos portugueses na declaração do IRS relativa a 2010.
Isabel Jonet diz que já recebeu o dinheiro.
Durante uma visita ao Banco Alimentar contra a Fome, que a comissária
europeia da Justiça, Direitos Fundamentais e Cidadania considerou um
exemplo a seguir por toda a Europa, Viviane Reding enalteceu o papel
da sociedade civil na ajuda aos carenciados, mas falou também das
responsabilidades da Comissão Europeia.


Falando sobre o caso do Banco Alimentar contra a Fome, Viviane Reding
considerou ser um exemplo a seguir por toda a Europa.

"Isto é a Europa como gostávamos de ver em todo o lado, a Europa da
solidariedade e onde o ser humano está no meio. O que vejo aqui é a
atividade solidária feita pelos verdadeiros europeus", afirmou,
lembrando que o Estado e os políticos "não podem fazer tudo".

Para Viviane Reding, a sociedade também tem que "assumir
responsabilidades" e o banco alimentar é o exemplo de como isso pode
ser feito "de forma eficiente, positiva e respeitosa".

Questionada sobre o que pretende a Comissão Europeia fazer para ajudar
estes cidadãos que já estão a ser ajudados pela sociedade civil,
Viviane Reding apontou medidas concretas.

"Por exemplo, o excedente que temos na agricultura não deve ser
destruído, mas ir para estas associações, para poderem ser utilizadas
e distribuídas e os nossos fundos sociais devem ir diretamente para
as pessoas", afirmou.

Como exemplo, referiu que o presidente da Comissão Europeia, Durão
Barroso, está a providenciar para que os fundos sociais sejam usados
diretamente para combater o desemprego jovem e "para podermos ajudar
os cidadãos em necessidades diretamente, com a intermediação destas
associações".

A presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet,
mostrou-se muito preocupada com o anunciado fim dos programas
comunitários de ajuda alimentar anunciados para 2014 e manifestou
esperança de que a visita de Viviane Reding ajude a evitar que tal
aconteça.

"A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares entendeu que seria uma
boa oportunidade aproveitar a vinda da vice-presidente a Portugal para
a sensibilizar para a importância da alimentação enquanto um direito
básico para qualquer ser humano", afirmou.

A responsável destacou o risco do desaparecimento deste programa, que
representa 30 por cento das entradas dos bancos alimentares, ainda
mais numa altura de crise em que "a procura tem aumentado muito".

"As instituições têm procurado mais 1/8o banco alimentar 3/8 porque
as pessoas estão pressionadas, há mais situações de desemprego e
muitas famílias com parte dos rendimentos tomados pelos créditos.
Todos os dias temos muitos, muitos pedidos, houve um crescimento
muito substancial da procura", afirmou.



Lusa

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/article1529312.ece

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