No próximo dia 18 de Janeiro de 2014, pelas 11h15 decorrerá no Teatro Miguel Franco, em Leiria, a sessão pública de apresentação da ResiPinus, Associação de Destiladores e Exploradores de Resina. Esta sessão contará com a participação de profissionais do setor da resina e de vários convidados em representação do setor florestal, de entidades oficiais, e dos representantes da comunicação social que queiram participar e que aproveitamos para convidar através desta nota de imprensa. Contaremos também com a presença de representantes da Mesa de Resina de Castilha y León – Espanha - e do responsável da Fundação Cesefor pelo projeto Europeu Sust-Forest, que se debruçou sobre a investigação na área da resinagem com a participação de parceiros portugueses.
Para além da apresentação da ResiPinus, a sessão pública será composta por alocuções de convidados em representação de diversas entidades, exposição de equipamentos, e por apresentações sobre: a história da resinagem no nosso país; alguns resultados do projeto Sust-Forest; breve caracterização do sector em Portugal e no mundo.
A ResiPinus é criada com o intuito de associar os profissionais do setor diretamente dependentes e responsáveis pela produção e primeira transformação de resina natural com origem nos pinhais do nosso país. Apesar da ancestralidade da atividade e da importância de que a mesma se revestiu no nosso país, (existiu nomeadamente um organismo oficial dedicado ao tema, a "Junta Nacional dos Resinosos"), esta é a primeira organização criada para representar os profissionais envolvidos especificamente nestas atividades.
A resinagem e a primeira transformação da resina voltam atualmente a despertar o interesse de vários sectores, como fonte de rendimento, fator de criação de emprego, promotor de desenvolvimento rural, forma de valorização e de proteção de povoamentos florestais de resinosas (pinhais), e de produção de matéria-prima para a indústria nacional de segunda transformação (fortemente exportadora mas também fortemente dependente da importação de matéria-prima).
Aproveitando as novas perspetivas do setor, pretende-se que esta associação de profissionais da resina contribua de forma preponderante para o desenvolvimento técnico, social e profissional da atividade e para a sua futura sustentabilidade. Compete-nos representar e promover os interesses dos profissionais e da atividade a todos os níveis, modernizando nomeadamente a perceção demasiado tradicional e arcaica que a sociedade normalmente tem desta atividade. E isto apesar de se tratar da exploração sustentável e racional de um produto natural, ecológico e renovável, que pode contribuir de forma preponderante para a valorização dos pinhais nacionais e não para a sua depreciação como muitos ainda imaginam.
Nesta fase de elevado desemprego no nosso país, que afeta particularmente algumas zonas rurais do interior, a resinagem pode-se constituir como uma alternativa a esta situação, já que a mão-de-obra constitui o investimento mais importante da atividade. No âmbito das atividades silvícolas, a resinagem é muito provavelmente aquela com maior intensificação de ocupação de mão-de-obra por área, pois em condições normais com potencial para a atividade pode ocupar um operador durante 6 a 9 meses por cada 20 a 30 hectares de floresta.
Outro aspeto da maior importância para a atividade em particular e para a sociedade em geral, está relacionado com a necessidade de alterarmos os paradigmas da defesa da nossa floresta contra incêndios, que teremos cada vez mais que orientar através da promoção de atividades de valorização da floresta e da criação de emprego baseadas na promoção de atividades produtivas. A floresta tem que ser efetivamente e racionalmente protegida através dos recursos que gera e, antes de mais, por aqueles que nela colhem o seu sustento. Também aqui a ResiPinus se propõe contribuir para a representação da atividade e dos seus profissionais, na salvaguarda das áreas florestais em que é desenvolvida a atividade e na promoção dos serviços prestados à sociedade.
A indústria da primeira transformação, a jusante dos resineiros e de quem estes dependem para o escoamento da sua resina, limpa-a e transforma-a em aguarrás e colofónia, que por sua vez é fornecida à indústria de segunda transformação nacional, para a produção de derivados. Trata-se portanto de uma indústria nacional responsável pela criação de emprego, e de valor acrescentado, e pelo fornecimento da matéria-prima a uma indústria tecnicamente desenvolvida e produtora de derivados destinados fundamentalmente à exportação.
Por todas estas valias, os profissionais do setor da resina devem aproveitar as novas oportunidades, unindo-se e fazendo-se representar através de uma organização coesa e dinâmica, na luta pelos seus direitos e pelo desenvolvimento de um setor que tem grande potencial e que pode voltar a ser um dos impulsionadores da economia rural e nacional.
A RESIPINUS organizará também neste mesmo dia a sua primeira Assembleia Geral, no sentido de garantir que os seus pilares, enquanto associação profissional, sejam os interesses, os problemas, as reivindicações e as soluções adequadas para o sector. A associação pretende também constituir-se como um parceiro ativo das instituições portuguesas com responsabilidades na gestão e ordenamento do território e no desenvolvimento rural e, sempre que possível, contribuir para a definição de estratégicas de desenvolvimento rural e florestal, nomeadamente no âmbito do novo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 14-20.
Leiria, 03 de Janeiro de 2014
Pela Comissão Fundadora da ResiPinus - Associação de Destiladores e Exploradores de Resina
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