Formação
Joana Moura
14/05/12 08:25
Portugal exporta essencialmente rolhas de cortiça e a ideia deste
curso é incentivar a criação de outros produtos a partir desta matéria
prima.
Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça lançou a
iniciativa. Tudo em nome da exportação.
Cursos avançados para executivos do sector corticeiro. Foi assim que o
CINCORK (Centro de Formação Profissional da Indústria de Cortiça)
chamou aos três novos cursos que integrou no seu plano de formação
para 2012 e que desenvolveu em parceria com a Universidade de Aveiro,
a Católica Porto Business School e a APCER - Associação Portuguesa de
Certificação. "Gestão Industrial e Energia", "Marketing e Gestão" e
"Ferramentas de Gestão no Sector da Cortiça" serão algumas das
temáticas do plano formativo do centro de formação do sector e
destinam-se somente a empresários e quadros de empresas do sector da
cortiça, tendo início previsto para Setembro.
As razões que levaram à criação destes programas estão à vista:
Portugal é o país com mais área de sobreiro, 34% da área mundial, e é
líder mundial das exportações de cortiça, com uma quota de 61,3%. Numa
altura de crise, em que só as exportações poderão tirar Portugal da
recessão, a cortiça é um investimento seguro. Até porque, das 597
empresas a operar no setor, em 2009, cerca de 60% têm apenas quatro
trabalhadores, num sector com elevado potencial de crescimento.
É certo que as rolhas são o produto líder das exportações de cortiça,
com 529 milhões de euros (70% do total), mas há mais: dos materiais de
construção, que também já preenchem uma quota de mercado de 23,4%, a
novos produtos de decoração e até de vestuário, o limite é a
imaginação dos empresários. Veja-se, por exemplo, o caso de Sandra
Correia que da cortiça que todos esperam que sirva para rolhas de
garrafa fez malas, relógios, aventais e toda uma variedade de artigos
inovadores, que lhe deram o título de empresária europeia de 2011 e já
mereceram destaque no MoMa - Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Sandra Correia já expôs e vendeu estes objectos de design luxuosos
concebidos a partir da casca de sobreiro como chapéus de chuva, bolsas
de cosmética, relógios de pulso, aventais, malas a tiracolo, sacos de
compras, bolsas para moedas, carteiras para homem e para cartões de
visita. Todos amigos do ambiente .
O sobreiro foi designado, em Dezembro de 2011, Árvore Nacional de
Portugal, juntando-se à bandeira e ao hino como símbolo nacional. Os
executivos do sector ficam agora com mais oportunidades para elevar a
cortiça a outros patamares.
http://economico.sapo.pt/noticias/aveiro-e-catolica-associamse-a-cursos-no-sector-da-cortica_143950.html
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