Floresta
05 Junho 2012 | 09:00
José Miguel Dentinho
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Os padrões de certificação da floresta obedecem a uma lista de itens
que devem ser respeitados para se conseguir a gestão sustentada da
floresta
Florestas | A diversidade genética é um pré-requisito para a
capacidade de adaptação às alterações climáticas.
Um dos principais efeitos negativos da acção humana sobre a floresta
natural é a sua exploração não controlada, o que tem originado, não só
a perda de sistemas ecológicos e da sua biodiversidade, mas também
desequilíbrios no ciclo hidrológico e alterações climáticas. É um
risco global, até porque nas zonas de floresta natural os ciclos de
nutrientes são muito mais rápidos, e a exploração exagerada pode
provocar uma grande degradação do ambiente. No Amazonas, por exemplo,
aumentou excessivamente a erosão.
Mas as alterações climáticas também podem contribuir para que as
espécies se tornem mais susceptíveis a danos para as quais não estão
adaptadas. É o caso da ocorrência de determinadas pragas e doenças,
que se expandem para determinadas zonas por causa das mudanças do
clima. Mas isso também pode acontecer quando não há planeamento para a
exploração das áreas de floresta, ou se for menos correcta e
equilibrada em termos ambientais.
A floresta, seja ela plantada ou natural, é essencial, para além de
tudo, para o nosso bem-estar, ajudando-nos a manter o nosso equilíbrio
mental e saúde. A sua gestão sustentável é necessária para a
manutenção da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas. Pode
mesmo constituir um instrumento de conservação com uma relação
custo/benefício positiva, se fora visto de forma mais abrangente.
Zonas de exploração comercial mais intensivas podem, por exemplo,
servir como zonas de tamponamento entre áreas protegidas.
De acordo com a FAO, a gestão sustentável da floresta define-se como a
sua administração e uso de forma a manter a sua biodiversidade,
produtividade, capacidade de regeneração, vitalidade e potencial para
suprir, hoje e no futuro, funções ecológicas, económicas e sociais
relevantes, ao nível local, nacional e global, que não causem
problemas a outros ecossistemas. A certificação credível e
independente da floresta é a sua principal linha de defesa.
Os padrões de certificação oferecem uma lista de itens que devem ser
respeitados para se conseguir uma gestão sustentada da floresta. Para
além disso a certificação também dá os meios para verificar o seu
cumprimento e para comunicar isso de forma credível a colaboradores,
clientes, investidores e comunidades locais, tal como às organizações
não governamentais (ONG) e reguladores.
O processo de certificação de uma floresta pode ser longo e
complicado. Precisa, muitas vezes, de recursos intensivos e torna-se
demasiado pesado para os gestores florestais. Mas uma abordagem
gradual pode dividir as tarefas numa série de fases que podem ser
geridas mais facilmente. Trata-se de uma forma de abordagem que
facilita o progresso no sentido da certificação. Ao mesmo tempo,
permite diferenciar os produtos com origem nas florestas a caminho da
certificação dos provenientes das ilegais ou mal geridas.
Nos últimos 15 anos, os países europeus progrediram positivamente no
que respeita à conservação dos seus recursos genéticos. De acordo com
um relatório da Conferência de Varsóvia, de 2007, as áreas geridas
para a conservação de árvores de floresta aumentaram desde 1990.
Contudo, os esforços de conservação dos genes concentraram-se num
número relativamente pequeno número de espécies de grande implantação,
e menos naquelas que estão ameaçadas, muitas das quais são já raras e
em perigo de extinção. Além disso, as populações marginais de muitas
espécies de árvores mais distribuídas estão a enfrentar novas ameaças
devido às mudanças climáticas.
A diversidade genética entre as populações de árvores é um
pré-requisito para a capacidade de adaptação das florestas. Também
desempenha um papel essencial na manutenção da sua resiliência em
relação a ameaças. O uso dos recursos genéticos aumenta, assim, as
oportunidades das florestas se adaptarem às mudanças climáticas e as
opções dos seus proprietários para conseguirem enfrentar um futuro
incerto.
Cork 2012
I Congresso Internacional sobre o Sobreiro decorre em Beja
O 1º Congresso Internacional dedicado à investigação em espécies da
família do sobreiro vai decorrer em Beja entre 15 e 20 de Julho de
2012. Vai juntar toda a fileira florestal e abordar as mais recentes
investigações na área.
O programa do congresso irá incluir sete sessões científicas, que
terão como oradores especialistas com trabalho reconhecido nas
respectivas áreas, como o professor John Carlson, da School of Forest
Resources da Penn State University, nos Estados Unidos da América, que
irá apresentar uma palestra plenária sobre a "Genómica das Fagáceas".
Além das sessões, o programa do congresso irá incluir duas visitas.
Uma vai ser feita a uma área de montado em Beja, onde será possível
assistir a descortiçamento e será estabelecida uma conversa com os
produtores. Outra irá incluir uma unidade de transformação de cortiça
em Coruche concelho de Santarém.
O Centro de Biotecnologia do Alentejo (CEBAL) está a organizar o
congresso, em parceria com o Instituto Politécnico e a Câmara de Beja.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=560729
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