terça-feira, 5 de junho de 2012

Quercus preocupada com demora na reestruturação do Ministério do Ambiente

04.06.2012 - 17:49 Por Lusa
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A Quercus manifestou-se hoje preocupada a demora na reestruturação do
Ministério da Agricultura e Ambiente e com a falta de algumas medidas
práticas nesta área.

A questão que preocupa a Quercus "é o tempo em demasia que está a
levar toda esta reestruturação e a falta de algumas medidas práticas",
como o processo de fusão do Instituto de Conservação da Natureza e
Biodiversidade (ICNB) com a Autoridade Florestal Nacional, ainda
incompleto.

A lista de inquietações da associação ambientalista inclui o futuro
dos PIN (projectos de potencial interesse nacional) e a barragem de
Foz Tua, que "pode pôr em causa" a classificação de património mundial
do Alto Douro Vinhateiro.


Questionado pela agência Lusa a propósito do Dia Mundial do Ambiente,
que se assinala na terça-feira, o presidente da Quercus também referiu
"problemas globais gravíssimos" como o aquecimento global e a perda
global de biodiversidade, temas que "têm saído da ordem do dia e que
não acabam por si próprios".

Para Nuno Sequeira, "criar situações de impasse ou adiamentos só vão
ajudar a agravar" o problema.

"A nossa principal preocupação é ver que, de alguma forma, os cidadãos
e as entidades que tutelam o nosso país acabam por dar um bocado a
ideia de que o ambiente está relegado para segundo plano", resumiu.

No que respeita à reestruturação do Ministério da Agricultura, Mar,
Ambiente e Ordenamento do Território, liderado por Assunção Cristas,
"terá muitas potencialidades", mas exige "muito trabalho e organização
para que toda a estrutura funcione".

A associação ambientalista pede esclarecimentos sobre os PIN, que o
Governo "deixou promessa de que iria analisar" para evitar "situações
injustas e danosas" para o ambiente.

Para Nuno Sequeira, a Barragem de Foz Tua é uma questão
"incontornável" e a Quercus considera necessária uma medida do Governo
para "suspender as obras que estão a pôr em causa valores
importantíssimos como a classificação de património mundial".

Assunção Cristas estará na terça-feira na Assembleia da República para
responder a esta questão, a pedido do Bloco de Esquerda e Partido
Ecologista Os Verdes.

"Há bastantes estudos que demonstram que a opção no programa nacional
de barragens cria um custo excessivo ao país, sem grande retorno",
frisou o presidente da Quercus.

Na área do ordenamento florestal, a preocupação passa pela possível
expansão de área de eucalipto de "forma descontrolada".

Assim, "não vamos certamente pactuar com tentativas de poder, de
alguma forma, ceder aos interesses das empresas da indústria do papel
que estão neste momento, como já é público, a tentar alargar de forma
considerável de eucalipto", apontou Nuno Sequeira.

http://www.publico.pt/Sociedade/quercus-preocupada-com-demora-na-reestruturacao-do-ministerio-do-ambiente-1548909

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