A ministra da Agricultura mostrou-se hoje confiante em que Portugal
conseguirá evitar uma redução das verbas comunitárias destinadas à
agricultura no próximo quadro comunitário de apoio, que entrará em
vigor em 2014.
Assunção Cristas, que hoje visitou a Feira Nacional da Agricultura, a
decorrer em Santarém até domingo, declarou-se confiante de que
Portugal "conseguirá manter níveis equivalentes" aos actuais, até
porque "o primeiro quadro, das ajudas directas aos agricultores, tende
a favorecer" o país.
Para a ministra, a "grande batalha" no processo negocial em curso é
"tentar não perder no segundo pilar", que dá apoio ao investimento e à
modernização, área em que o país quer continuar a apostar.
Assunção Cristas sublinhou o esforço que tem sido feito nesta área,
referindo, em particular, os mais de 300 projectos que vão ser
apoiados, que representam um investimento privado da ordem dos 160
milhões de euros, para os quais a parte pública (nacional e
comunitária) contribui com 42 milhões de euros.
Estes projectos surgem no âmbito da avaliação do sexto concurso do
ProDeR (programa de apoio ao desenvolvimento rural), que levou à
decisão de fazer os contratos com todos os pedidos que já estavam
aprovados, disse.
Para a ministra, o número de projectos de investimento "mostra bem
como o sector se quer modernizar e como o Estado está a apoiar essa
modernização", factor essencial para que a produção tenha "preços mais
competitivos".
Assunção Cristas referiu o trabalho que está a ser feito com a cadeia
agroalimentar (produção, indústria, distribuição) no âmbito da
plataforma que procura soluções para que os produtos portugueses
estejam à venda na grande distribuição e tenham melhores condições
para serem exportados.
Segundo disse, o Ministério espera ter em Setembro já algumas
propostas "mais concretas" para resolver os problemas que estão a ser
identificados no âmbito da plataforma, como o facto de os produtores
não estarem a conseguir repercutir os aumentos dos custos dos factores
de produção no preço dos produtos.
A ministra admitiu que possa haver uma evolução diferenciada por
sectores, acreditando que o leite está a "andar mais rapidamente", por
ter um "suporte comunitário".
Assunção Cristas ouviu hoje, de viva voz, as queixas dos produtores,
desde os suinicultores, sector que diz ter rentabilidades negativas
nos últimos quatro anos, aos produtores de leite.
Carlos Neves, da Associação de Produtores de Leite de Portugal,
lamentou a "péssima notícia", recebida este mês, da quebra de 1,5
cêntimos no preço do litro (2 cêntimos nos Açores) combinada com um
aumento do custo dos cereais.
"O diagnóstico está feito, digam-nos qual é o remédio, porque o doente
está a morrer", disse à ministra, sublinhando que, enquanto se dialoga
em Lisboa, os agricultores recebem cada vez menos, pondo em risco a
sobrevivência da produção nacional.
Fonte: Lusa
http://www.agroportal.pt/x/agronoticias/2012/06/06m.htm
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