21-06-2013
A produtividade dos pomares de cereja e pêssego deverá cair cinco por
cento este ano devido às condições climatéricas, enquanto nos cereais
de Outono/Inverno apenas o centeio e a cevada terão produtividades
superiores à média do último quinquénio, segundo o INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE), que publicou hoje as
previsões agrícolas traçadas a 31 de Maio, refere que a produtividade
das fruteiras foi afectada «pelas baixas temperaturas e excesso de
pluviosidade na fase da floração/polinização».
Já as vinhas apresentam «um aspecto vegetativo exuberante», pelo que
se prevê um aumento de cinco por cento na produtividade da uva de
mesa, face à campanha anterior.
Nos cereais de Outono/Inverno, «as condições de encharcamento dos
solos limitaram os aumentos dos rendimentos unitários face à campanha
anterior», sendo que apenas para o centeio e para a cevada se preveem
produtividades superiores à média do último quinquénio, mais cinco e
mais 15 por cento, respetivamente.
Já nas culturas de primavera, o INE perspectiva aumentos de cinco por
cento na área de milho e de batata de regadio, manutenções no tomate
para a indústria e arroz e diminuições no girassol, com menos 10 por
cento e milho de sequeiro, também menos cinco por cento.
Dada a elevada disponibilidade de água no solo, os prados, pastagens e
culturas forrageiras apresentam «um bom desenvolvimento vegetativo»,
pelo que se estimam «aumentos significativos dos rendimentos unitários
destas culturas, o que, conjugados com uma boa qualidade dos fenos
entretanto já colhidos, permite antever um ano sem grandes
dificuldades na alimentação das diferentes espécies pecuárias».
Segundo o INE, «a utilização de racções industriais tem-se
praticamente restringido aos arraçoamentos na pecuária de leite».
Relativamente ao milho, o instituto destaca o aumento das áreas de
regadio e as cotações «tendencialmente elevadas» desta "commodity" no
mercado mundial para antecipar um aumento de cinco por cento face a
2012 da área desta cultura em regadio, para perto dos 97 mil hectares,
«em linha com a tendência observada nos últimos três anos».
Quanto ao arroz, perspectiva-se que a área semeada se mantenha
inalterada face a 2012, com 31 mil hectares, já que, «apesar da
elevada taxa de emergência, as plantas apresentam um reduzido
desenvolvimento vegetativo, uma vez mais devido às baixas
temperaturas».
No que respeita ao tomate, a área plantada deverá ser semelhante à da
campanha anterior, na ordem dos 14 mil hectares, enquanto no girassol
se estima uma redução de 10 por cento face a 2012 e na batata de
regadio se deverá manter próxima da média dos últimos anos, nos 20 mil
hectares.
De acordo com o INE, o prolongado período de chuvas do corrente ano
agrícola acabou também por ter «efeitos nefastos» no desenvolvimento
de algumas searas de cereais de Outono/Inverno, causando situações de
asfixia radicular, com fraco desenvolvimento das plantas, e, em muitos
casos, a invasão das culturas por infestantes.
«A conjugação destes factores determinou que, apesar de
significativamente melhor que o do ano anterior, o rendimento unitário
previsto para o trigo, mole e duro, para o triticale e para a aveia
tenha ficado abaixo da média do último quinquénio», refere,
especificando que, no caso do centeio, se espera um aumento de
produtividade de 25 por cento face a 2012 e de 60 por cento no caso da
cevada.
As condições de saturação dos solos foram também «prejudiciais» para a
batata de sequeiro, que regista um reduzido rendimento unitário e uma
quebra nas produtividades, que se deverão ficar pelas 7,7 toneladas
por hectare de 2012, das mais baixas das últimas décadas.
Anexo: Previsões Agrícolas 31 de Maio
Fonte: Lusa
http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia46744.aspx
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