segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Manifestantes contra Quercus por ter travado construção de estrada no Alvão

Pedro Ginja, antigo dirigente da Quercus, esclareceu que a intervenção
em causa é apenas "a beneficiação de um caminho que as pessoas
utilizaram desde sempre".

Dezenas de pessoas manifestaram-se hoje contra a associação
ambientalista Quercus, que interpôs uma providência cautelar que
travou a construção de 1.030 metros de estrada entre o Barreiro
(Mondim de Basto) e Lamas de Olo (Vila Real).

"Estamos aqui a manifestar a nossa revolta contra este entrave, que
não se justifica", afirmou Dinis Gomes, da aldeia do Barreiro.

Os manifestantes juntaram-se depois desta aldeia, em pleno Parque
Natural do Alvão (PNA) e no local onde termina a estrada alcatroada.
Já é a terceira vez que se manifestam, já fizeram abaixo-assinados e
até um apelo à abstenção nas últimas legislativas.

Os residentes das aldeias do Barreiro, Fervença e Varzigueto, da
freguesia de Ermelo, lutam há vários anos pela conclusão de uma
estrada que vai ligar mais diretamente a Vila Real.

A parte correspondente a Mondim de Basto está alcatroada, mas, a
Câmara de Vila Real só agora conseguiu assegurar os 170 mil euros
necessários para concluir a parte correspondente ao seu concelho.

"Estávamos precisamente na fase da consignação quando
incompreensivelmente surgiu esta providência cautelar", salientou
Miguel Esteves, vereador da Câmara de Vila Real que se juntou ao
protesto de hoje.

A associação ambientalista recorreu ao tribunal para travar esta
estrada por considerar que agravará a situação do lobo-ibérico já "em
forte declínio" no distrito e afetará "de forma significativa" a
população de borboleta-azul do vale do rio de Olo.

Miguel Esteves referiu que o projeto, para ser aprovado, teve de dar
resposta a um conjunto de requisitos que visam precisamente
salvaguardar estas espécies.

Assim, segundo explicou, a via, que vai aproveitar o traçado já
existente, vai ser pavimentada em cubo e será ainda construído um
pontão por cima do já existente.

Dinis Gomes referiu que a via facilita o acesso da população ao
hospital de Vila Real, evitando percorrer mais 15 quilómetros, para
cada lado.

O taxista Marcelino Moreira acrescentou que, agora, os populares pagam
40 euros de táxi, valor que descia para metade com o acesso mais
direto.

Pedro Ginja, antigo dirigente da Quercus, esclareceu que a intervenção
em causa é apenas "a beneficiação de um caminho que as pessoas
utilizaram desde sempre".

Refutou ainda os argumentos da associação, referindo que se "alegam
coisas pouco precisas e até fantasiosas". Quanto às populações
alegadamente em risco, do lobo e borboleta, Pedro Ginja lembrou que o
projeto foi aprovado pelas entidades que fazem a gestão desses
ecossistemas.

O presidente recandidato à Câmara de Mondim, o socialista Humberto
Cerqueira, juntou-se à população para defender que o PNA "se faz com
as pessoas que aqui habitam" e que "têm o direito a terem uma estrada
condigna".

Também o vereador e candidato pela coligação CDS/PSD em Mondim de
Basto, Lúcio Machado, marcou presença para sublinhar que o "ambiente
não se pode sobrepor ao interesse das pessoas".

Por fim, Miguel Esteves salientou que a obra tem de estar concluída
até ao final de 2014, para não se perder o financiamento acordado.

http://www.ionline.pt/artigos/portugal/manifestantes-contra-quercus-ter-travado-construcao-estrada-no-alvao

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